HyperCounter
Bpath Counter

Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
This is my blogchalk:
Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

Sou mais ou menos assim:

Vi, li e aprovei:

Links:

Archives

Ouço e aprecio:

Toco em meu violãozinho músicas de:

Meus filmes preferidos:



Powered by Blogger

Rufus: quase humano.
segunda-feira, junho 28, 2004
Any e o Homem Invisível.
Eu sou um Homem Invisível.
Que todos vocês e o mundo saibam.
Levo uma vida anônima, interessantíssima, por isso posso fazer quase tudo sem ser notado.
Sou capaz de freqüentar qualquer ambiente ou local, passo despercebido aos olhares gélidos das pessoas.
Eu sou um homem invisível, fiquem todos sabendo.
Passeio à vontade por ruas abarrotadas ou desertas, atravesso a imensidão de corredores repletos de gente anônima e desinteressante, disputo o espaço de uma praça com outros rostos enfadonhos e igualmente tristes, e, mesmo assim, ninguém me vê, ninguém me nota, ninguém me toca, pois sou invisível.
Vantagens? Muitas.
Ninguém é capaz de julgar todo o meu caráter, pois não interesso a eles. Nem conhecem minha bagagem cultural, pois não lêem o que escrevo. Nem conferem o teor de minha voz, pois não me ouvem. Tampouco me acham belo ou feio, pois não me fitam...
Não estão interessados em mim...
A vida, efandonha, dura, estressante, cruel demais, já é capaz, por si só, de atrair o interesse de todas as outras pessoas.
E o que me resta então, a mim, o Homem Invisível?
Nada.
Nada me resta. E não estou interessado em mais nada...
Acostumei-me a minha invisibilidade, gosto do vagar e do vazio dos olhares, pois não me pedem vínculos, dependências, e não há obrigação de retribuir-lhes algo...
Contudo, apesar de ser um homem invisível — malgrado nunca ter-me visto, ou me tocado, ou conferido as linhas pueris de meu rosto já um pouco envelhecido, mesmo ouvindo minha voz ao telefone num relance —, Any se apaixonou por mim, e me amou, pelo que sou e pelo que tenho aqui guardado, longe dos olhos das pessoas.
Ela, sem nunca ter-me visto, sem nunca ter-me tocado, ela, a doce Any, sempre me amou.
Pelo que sou, pelo que continuo sendo, e pelo que eu sempre serei...
sexta-feira, junho 25, 2004
RUFUSIANAS


Um caderno, uma bicicleta, uma cidade pequena, locais ermos, 15 ou 16 anos debaixo do braço, e o resultado, quase sempre, era isto:

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Não quero que minhas evasões interiores nasçam e morram comigo. Por isso eu as liberto agora.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Nada me vem à memória no momento.
E tudo me foge à memória quando escrevo.
Aonde talvez foram parar?
Por favor, procurem nestas linhas que estão lendo agora...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

A tinta das canetas acaba. Os sorvetes deliciosos acabam. O tempo permitido acaba. O combustível das máquinas também acaba. Enfim, tudo, tudo, acaba. Porém são sempre renováveis...
Por falar nisso, a vida também acaba...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

A ignorância de muitos é a relutância de poucos

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

A minha esperança é como o brilho de uma estrela a milhares de anos-luz da Terra: ela pode ter-se extinguido há muito, mas sua luz ainda continua vindo até nós...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Quem tem mais cultura do que eu poderá responder a esta pergunta: por que há tanta diferença entre nós?

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Antes de tudo, creio que existi um dia.
Pode não ter sido o mais belo,
mas belo foi o último pôr-de-sol
que havia
– que havia um dia,
e, por não ser o mais belo de todos,
foi aquele em que mais vivi.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Não há fatalidade, Amigo.
A fatalidade está justamente em saber que não há fatalidades.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Tudo que tem um fim teve um começo,
e tudo que começou chegará a um fim;
e aquilo que vem, aquilo que vai, eu não o mereço,
pois eu começo, cresço e chego ao fim de mim.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

As estrelas hoje estão mais tristes, e seus brilhos apagados e mais fracos. E ninguém derrama uma lágrima por elas.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Movido a esperança, numa velocidade moderada,
sigo incerto com tração em ambos os pés pela Trilha do Destino.
Mas quando a tração de minha imaginação é ativada,
saia da frente, incerteza em decidir meu caminho!

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Eu morro toda noite, eu nasço todo dia.
Eu sinto a fome do açoite, eu faço a rebeldia.
Eu escapo à morte, eu fujo à vida.
Eu dou azar à sorte, eu dou sorte à que estava perdida.
E depois de tudo, eu refaço a rebeldia,
eu renasço todo dia, eu remorro toda noite,
eu ressinto a fome do açoite.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

A lembrança é vaga, a confiança pouca,
e não creio no que eu possa fazer com ou sem minha grandeza.
Ontem, eu era pequeno como sempre;
hoje, sou grande como nunca.
E o peso da consciência esmaga minha incerteza.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Há sempre alguém, em qualquer lugar, esperando por você, precisando de seu auxílio, sem que você saiba. E você sempre espera a ajuda dessa pessoa, sem que ela saiba também. E ambos esperam um pelo outro. O único problema é que não sabem porque o outro demora tanto a vir ao seu auxílio...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Mas por que não pensar quando se pode voar?
As aves me olham e eu posso sonhar.
Por isso as aves pensam, e eu, monotonamente,
vôo..

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Epitáfio a um poeta desconhecido:

“Já cumpri a minha parte. É triste, mas tenho de ir.
Faço minha última apresentação antes da despedida,
pois tenho forças somente o suficiente para me aplaudir,
assim que eu terminar meu show da vida”.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Deu certo mudar de ambiente e também mudar de vida. Destarte, ela nos faz parar para pensar em como mudamos assim tão bruscamente...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Minha imaginação aposta corrida com os ponteiros do relógio, porém, no final, sempre saio ganhando, pois os ponteiros ultrapassam os quadrantes, ao passo que eu ultrapasso a mim mesmo.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Na palma da mão, caminhos para o futuro, destinos traçados e retraçados, e trilhas passadas e presentes.
Quando ela se levanta autoritária, gerações inteiras param e contemplam-na estupefatos...
Quando ela se fecha, gerações e mais gerações morrem, nascem, vivem e se perpetuam. Nesse meio tempo, se preparam sem nem bem saber por que para algo.
Quando ela se abaixa, eles partem...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Há muitas coisas ocultas debaixo de nossas camas: coisas sobrenaturais, naturais e subnaturais; simples fenômenos da natureza, enfim. Mas tanta coisa assim se resume apenas na solidão de um par de chinelos...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Até quanto tempo nosso organismo sobrevive?
— até o ponto suficiente para encontramos uma resposta.

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Amo todos os dias. Amo tudo, amo todos, amo o que há de vir, amo o que já passou, amo o que se passa agora. No fim de tudo, chego a uma triste conclusão: como é duro amar a tudo isso sozinho!

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Quando menos espero, percebo que estou falando sozinho. Engraçado, parece que as pessoas ignoram que eu esteja ali. Ou talvez estejam surdas. Ou talvez fechem seus ouvidos a mim. Ou talvez não gostem de falar comigo. Ou talvez pensem que não estou ali. Ou talvez eu não esteja mesmo...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Como envelhecemos rápido, como o tempo voa... Nem parece que aproveitei minha infância. A partir do momento em que podemos alcançar o topo de uma geladeira sem subir numa cadeira, percebemos o quanto amadurecemos e crescemos...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

Restam apenas poucas linhas para o fim. Entretanto, para o final do fim, restam incontáveis e infindas esperanças...

x – x – x – x – x -x – x – x – x – x - x – x – x – x

(Rufus: irrequieto, perspicaz, inconformado, irritado, confuso, idealista, calmo, indignado, prestativo, impaciente. Enfim, quase humano, como vocês que me lêem...)
quinta-feira, junho 24, 2004
PÁGINA 381





Era natural que dois
olhos piscassem,
e no azul translúcido de um céu
qualquer
se fixassem.

Seria um tanto mais
o tanto presente
em um acalanto
de uma prece,
que a muitos rudes
aborrece.

Do que pude ver
esse céu e ouvir essa
prece, contentei-me
em ser basso e grasso
como gelo,
de uma ternura
perto ao fogo
que não se apaga
ou muito menos se vê.
Quereriam tantos
que um calor
desse meu canto que não
canto fosse o remoer
de todo pranto,
e mais feliz com que me quisesse,
e eu o ficaria.

Muito mais o ficaria.

Lá pois vão e vem
hordas e flagelos
do humano ataque
em ânsias avivados.
Quereriam pressentir
o amor, em matando,
ou amar aquele
que odeia, e mata?

Passam próximo do que
fiquei
em tênues páginas impressa
minha voz.
Se me vissem na sombra
de uma árvore
a avistá-los distante
no frescor enganoso
da vida humana
teriam me aprestado
o calor de tantas
perguntas?

Viriam a mim.
Ah sim viriam...
Sentariam ao meu redor
ainda fremindo com o
sabor do sangue que
querem derramar
e ouviriam de mim
a brisa que apaga
o ódio
e tira-lhes esse horrendo
gosto da boca ainda mais
horrenda.

Rejuvenesceriam de alma
a corpo,
de dentes a olhos,
e as janelas da alma
se abririam como
se abrem ao sol
as entranhas de
uma casa há muito
abandonada.

E a luz penetra-a
E a Luz penetra-os.
Ofusca-os a princípio,
cega-os e os afugenta,
porém cura-os
e os atrai.

Há mais luz

Haverá mais luzes!!

Em pleno dia
Em plena areia
Em pleno sol
Há mais luz.

E os olhos
e os sorrisos
abismados,
era natural
que me absorvessem?

SIM.

Era natural que dois
olhos piscassem
e no azul translúcido de um céu
qualquer
se fixassem...
Diferente isso aqui hoje, não?
... pois Rufus não resistiu à tentação "adolescente" de testar novos templates.
E creio que achei um com inspiração meio galática, enevoante, bem ao meu estilo...
E vamos ver no que dá.
Gostaram???
segunda-feira, junho 21, 2004
Inscrevi o poema seguinte num concurso, certa feita...


CHAMA

Eu creio que dei vida a uma chama,
e, tão logo acesa,
pus-me a niná-la
com canções sem palavras.

Embalei-a como pude,
e, carinhosamente,
para lá... para cá balançou.
Suspirou no meu sussurro,
consumiu-se no meu desejo,
e descansou.
Quando me vi ao seu lado,
e despertei do nada,
ela ainda vivia.
Mas não suportou sua angústia,
tombou sobre sua própria dor,
e foi sumindo devagarinho...
Afastou meu sonho num solfejo,
meu quarto enegreceu,
e eu só vi uma pequena luz,
assim...

Da cor rubra e inesquecível,
apagou-se, indo além do olhar cansado.
A música não parou.
Eu não parei.
E como a luz quente e perpétua de uma
estrela já morta que se deixa
chegar até nós,
ela se apagou,
assim,
mas ainda vive...
Notícias pelo mundo:
Homem dirigia a 120 km/h para secar o carro.
Suspeito de assalto gasta o dinheiro em strippers.
Cego guiado por bêbado bate carrinho de golfe.
Mulher de perna curta corre mais risco de problema cardíaco.
Ladrão é preso após pedir desculpas duas vezes.


E depois a gente acha que só nosso país é que não é sério...
sexta-feira, junho 18, 2004
Assim não vale:
enquanto eu fazia umas experiências com novos templates, eu mesmo atingi, meio sem querer, a marca de 10.000 visitas no blog.
Assim não vale.
Essa honra caberia a algum fiel leitor, e não a mim.
Quero meu dinheiro de volta.
Marmelada, poxa...
quinta-feira, junho 17, 2004
Aos 20 e poucos anos... aos 30 e muitos anos...



Aos 20 e poucos anos, você só pensa em quantidade.
Aos 30 e muitos, só pensa em qualidade.
Aos 20 e poucos anos, você agüenta virar a noite e ir trabalhar normalmente no dia seguinte.
Aos 30 e muitos, você já está piscando os olhos antes das onze da noite...
Aos 20 e poucos anos, seu cabelo é uma verdadeira juba de leão.
Aos 30 e muitos, já dá pra ver o fundo da piscina...
Aos 20 e poucos anos, você acha que não tem paciência para nada.
Aos 30 e muitos, você tem paciência até para suportar aquele vizinho irritante que só fala de crises de hemorróidas e dos carros velhos que já teve..
Aos 20 e poucos anos, você não suporta assistir a filmes de arte e a musicais.
Aos 30 e muitos, você até consegue assistir a quase tudo até o fim, mesmo que ainda continue não gostando de filmes de arte e musicais...
Aos 20 e muitos anos, você sonha em ter carrões possantes e reluzentes.
Aos 30 e muitos, você perde todas suas ilusões e se contenta com a sua jabiraca mesmo...
Aos 20 e poucos anos, você perde facilmente a cabeça por uma mulher...
Aos 30 e muitos anos, é preciso uma verdadeira deusa extraterreste pleiadiana para tirar você dos eixos...
Aos 20 e poucos anos, você adora mulheres mais velhas, mas acaba se envolvendo com as mais novas.
Aos 30 e muitos, são as mais novas que (ainda) acabam caindo fascinadas por você...
Aos 20 e poucos anos, você é magricela e possui aquela cara azeda e infantil de adolescente fura-fila-para-maiores-em-boates.
Aos 30 e muitos anos, você está mais charmoso, mais maduro, mais sexy, mais encorpado, e não precisa mais enganar o leão-de-chácara da fila de boates...
Aos 20 e poucos anos, você não vê a hora de encontrar alguém que seja sua cara-metade...
Aos 30 e muitos, você não vê a hora de se livrar daquela que você erroneamente julgava ser sua cara-metade...
Aos 20 e poucos anos, você tem disposição para correr atrás de uma bola por horas...
Aos 30 e muitos anos, você ainda tem disposição para correr atrás de uma bola... desde que seja só por uns 15 minutos...
Aos 20 e poucos anos, você só pensa em sexo.
Aos 30 e muitos, você continua só pensando em sexo... Geralmente, só pensa mesmo...
Aos 20 e poucos anos, sua barriga é reta como as estradas de Mato Grosso do Sul.
Aos 30 e muitos, você tenta acreditar naquele papo de que há mulheres que acham absolutamente sensuais homens que possuem uma certa barriguinha...
Aos 20 e poucos anos, você canta mulheres com muita lábia, muito esforço e desconcentração.
Aos 30 e muitos, você já é capaz de cantá-las apenas com um olhar fatal e um charmoso passar de mãos nos cabelos...
Aos 20 e poucos anos, você tem a inquietude de um surfista californiano.
Aos 30 e muitos, você tem a placidez de um monge tibetano...
Aos 20 e poucos anos, você se acha sofredor, vivido, maduro, cheios de experiências de vida e sábio.
Aos 30 e muitos, você percebe o quanto era babaca e imaturo aos 20 e poucos anos...
Aos 20 e poucos anos, você faz planos e mais planos mirabolantes para o futuro.
Aos 30 e poucos, vê que realizou poucas coisas, e sonha em ter de volta aquele ânimo e frescor dos 20 anos...
Aos 20 e poucos anos, você não liga muito para dinheiro ou coisas materiais.
Aos 30 e muitos, agora que tem um pouco mais de dinheiro e coisas matérias, lastima não ter tido acesso a tudo isso quando tinha apenas 20 e poucos anos... e ainda estava sozinho!!!
Aos 20 e poucos anos, você é egoísta e egocêntrico ao extremo.
Aos 30 e muitos, pode até continuar achando que tem esses defeitos ainda, mas já começa a pensar mais naqueles que o rodeiam...
Aos 20 e poucos anos, você só pensa em ter 30 e muitos anos.
Aos 30 e muitos anos, você só pensa em poder voltar a ter 20 e poucos anos.

Enfim, para vocês, jovens de 20 e poucos anos, que temem envelhecer e perder o frescor da vida, uma palavrinha final: vocês não têm idéia de como é bom ter 30 e muitos anos...
quarta-feira, junho 16, 2004
Fabião, Fabião...
Você ainda lê isso aqui, rapá???
Está sentado? Pois se eu te contar que um novo amigo aqui do trabalho, um carioca recém-chegado — como eu — à cidade, foi amigo de infância de ninguém menos que o Zé Renato, ex-vocalista do melhor grupo vocal que este país já viu, o Boca Livre, e do qual eu conheço e canto e toco e sapateio e dou vida novamente a praticamente todas as suas músicas??
Pode? Pode?
Pois pode...
E ele ainda namorou a irmã do Zé, da qual dizia ser maravilhosa...
Assim é a vida, Fabião, cheia de raras (gostei do paradoxo..) e doces surpresas...
E já pedi a este meu colega de trabalho avisar ao Zé Renato o seguinte: um dia vamos tocar e cantar juntos “Gotham City” e “Todos os santos”, as minhas músicas preferidas, na interpretação do Boca Livre...
Sem mais, um forte abraço. E segure essa baba, rapá!!
terça-feira, junho 15, 2004
Retornos...
A gente até tem o que postar, porém, enquanto finalizamos algo ou acabamos de gestá-lo na mente irrequieta, segue este texto aqui, de meus arquivos, o qual servirá de revival para aquele que não o leu na devida ocasião...
E que os novos amigos visitantes possam sentir o quanto esse Rufus aqui gosta de divagar, realmente...

"Tanto tento, ao relento, a sós, em meio ao tormento, ou mesmo ao sabor da brisa, escrever, porém não consigo. Debalde me sinto um caçador de palavras, vagando o mundo silencioso e traiçoeiro da linguagem, atrás das primeiras, que me espreitam...
E como me sairia numa prosa poética? Numa canção sem palavras? Num texto idílico e sonhador, de tão belo e criativo?
Pensei em brincar com figuras de linguagem, antes que elas mesmas resolvessem brincar comigo...
Daria mil voltas ao mundo atrás de uma hipérbole, ou enfrentaria, tal qual um Hércules combalido, um batalhão de comparações, antes que avistasse, ao longe, uma metáfora, uma apenas... Bela, pura, nitente, cativa...
E dela eu ouviria, calado, apenas isso: “Sou a Verdade: uma mentira muito, mas muito sincera...”.
Eufemisticamente, eu lhe diria, de volta, que ela está longe da verdade, ao se definir... Diria mesmo – e ponto final – que ela, para comigo, não está sendo sincera...
Ah, senhora Metáfora, perdoe-me, mas amo as metonímias, as sinédoques sem maridos ou esposas, órfãs mesmo antes de nascer, paridas ao mundo às centenas, aos milhares...
Escapou-me uma agora: o sal de meus olhos. O sal de meus olhos risca minha face.
Além disso, sabeis de que tais e tantos paradoxos minha vida é feita... O muito do pouco que me resta, sozinho em meio à multidão insana, carinhosa, agressivamente calma e fiel à sua loucura terçã.
Não, não confunda tudo isso que digo com antíteses: essas, antes, se completam. O dia e a noite. O claro e o escuro. Já meus paradoxos, meus dilemas, não.
Rio para não chorar. Choro de rir e me farto da ausência, que tanto que completa... Nada me falta, a não ser o mais simples das coisas: tudo.
E por acaso sabem o que é sentir um misto de tristeza que te alegra, ou uma melancolia que te diverte? É assim que sou... Calado, de tão falante... Tímido, de tão desinibido. Egoísta, de tão dado aos outros. Humano, de tão presente na vida de muitos... ou poucos... Ou de ninguém... ou de dois seres, apenas...
Aliterações... Como o tropel de três tristes tigres, tergiversos, alternando-se, alastrando-se, ribombando, aos bandos, e o precipício, a que se atiram agora, nada lhes é que mais um início... Um outro início...
E vou partir, agora, à cata de mais palavras irmãs, ou inimigas — que sejam — , desde que bem-vindas ou catapultadas de bocas alheias...
Derrubá-las-ei com tiros certeiros, e ai delas se tentarem fugir de mim, pois minha vingança será cruel: aprisioná-las-ei nestas linhas.
E delas não terei compaixão, porquanto pretendo mostrá-las a todos, do jeito como estão agora: nuas, envergonhadas, totalmente expostas...
Ei-las..."
sexta-feira, junho 11, 2004
...vir trabalhar em plena sexta-feira pós-feriado, gripado (já comentei aqui que acho a gripe, o resfriado, as coisas mais bestas do mundo?), entrar no trabalho às 7 da matina (8 horas em Brasília), debaixo de chuva, muita chuva, definitivamente, não tem preço...
Pelo menos vim escutando Scatterbrain, do Jeff Beck, com o volume nas grimpas...
Uma carga de emoção por uma vida e meia...



Glauce, você, que sempre pergunta sobre meus pequenos, saiba que eles estão bem. Criança está bem, sempre.
Já os pais...
Quando Mário Prata escreveu uma vez que “criança é bom, mas dura muito...”, poucos entenderam o espírito tragicômico da coisa...
Crianças, crianças, crianças...
Por que nossa vida é, resumidamente, um antes e um depois das crianças?
Elas mudam sua vida. Para sempre.
Xuxa e Madonna, antes de terem filhos, eram ingratas, imaturas, perdidas na vida, pedantes, arrogantes, xiliquentas... Depois dos filhos, ficaram num limbo de paz e plenitude. Encontraram a felicidade.
Se sou feliz? Claro que sou. Sofro, mas sou feliz... rsss... E daí?
E daí que durmo mal por causa dos pequenos, e daí que tenho raros momentos de privacidade, de lazer, e daí que minha vida anda sem graça, com pouca emoção? Tenho um casal de filhos para criar, cuidar, vestir, educar, pôr e tirar da cama — tudo isso feito sob um ritual de carinhosos beijos... — todo santo dia... Isso já me é emoção suficiente para uma vida e meia...
Sonho, sim, com o dia em que poderei dormir melhor, em que a simples ida a um banheiro, a leitura de um livro, um passeio pelo shopping, uma esticada ao teatro ou ao cinema, ou o tocar de um violão serão coisas a se realizar de forma tranqüila, sem estresse...
Mas, por enquanto, Glauce, sinto na pele o que os pais sempre nos disseram, e nunca entendemos: “vocês precisam valorizar seus pais, que tanto fazem por vocês”.
Agora entendo. Agora compreendo.
E não sei como vou estar amanhã, Glauce, se vivo, morto, descansado ou irritado. Só sei que ainda vou estar muito contente por poder cumprir à risca essa missão que me foi dada...
Um doce beijo.
terça-feira, junho 08, 2004
Eu, galã de cinema???
Para quem anda curioso por saber como é a aparência de Rufus, aquele que humildemente vos escreve, seus problemas se acabaram-se: confiram os três galãs de cinema da gravura abaixo, os quais, segundo este site aqui, mais se assemelham a mim - ou eu a eles, não sei bem...
E então, Fábio, Glauce, Any, Carine, os poucos que conhecem meu rosto no mundo cibernético, algo a ver comigo?
E vocês, com que galãs (ou "galoas"... rs...) de cinema se parecem?
(Cliquem na foto para ampliá-la)


Analogia
sexta-feira, junho 04, 2004
A travessia.


— Oi.
— Oi.
— Agora que o sinal abriu e a faixa de pedestres está livre, oferecendo-se toda para nós, posso te acompanhar nessa travessia de poucos metros?
— Pode, claro. E, se fôssemos namorados, eu deixava até mesmo você pegar em minha mão...
— Assim?
— Assim...
— Já que seremos namorados até chegar ao final da faixa, queria que soubesse que amo a cor de seu cabelo... Creio até que o sol inveja sua luminosidade, pois brilham mais fortes suas mechas douradas...
— E você, amado, é sempre afável assim com as mulheres ou só comigo, em especial?
— Sou um homem de uma única mulher... Em efeito, quero que ela se sinta única, amada como num sonho, pois a energia amorosa de um ser humano só funciona quando íntegra, não fragmentada...
— E justo eu, que me acho tão temperamental, não posso ouvir uma frase dessas logo às 7 da manhã...
— Para mim basta teu sorriso, que me beija de leve...
— E você, basta-me um olhar triste desses, que o dia já me resta alegre, sereno, um quê de melancolia divina, de tão humana ...
— Os passos ralentam, a calçada se aproxima... Vejo você amanhã ou devo implorar ao acaso que faça colidir nossos mesmos olhares numa tarde de outono qualquer, em pleno inverno?
— O que desejo acontece... E acontece que desejo, sempre...
— Sempre que possível?
— Sempre que amanheço...
— Vou levar o calor de tuas mãos comigo...
— E o que levarei de ti não posso contar a ninguém, porque não sei descrever o que sinto...
— Sinto que o sinal vai abrir de novo amanhã...
— Como todo dia...
— Como todo sempre...
— Adeus...
— Adeus...
quarta-feira, junho 02, 2004
Já repararam
como as pessoas gostam de dizer que estão sempre cansadas ou sem tempo?
Eu, apesar de estar assim também, prefiro me lembrar de uma crônica do Rubem Braga, em que ele faz tudo ao contrário: procura dar notícias cotidianas, fugazes, numa tentativa de amenizar aquele dia-a-dia cruel e desumano, estampado diariamente nas páginas dos jornais. Assim, ele escreve (naquele tipo de linguagem jornalística carregada de suspense) sobre um senhor que se ocupa de beijar a esposa logo que acorda de manhã, ou de um grupo de amigos que entram em disputa num bar... de maneira amigável, apenas para ver quem paga a conta. Sem crimes, sem sangue, sem tragédias...
Hoje me sinto assim.
Me deu vontade de falar, por exemplo, dos desenhos lindos e coloridos que minha pequena faz, e vem me mostrar toda feliz, dizendo: "Ó, pai, esse é ocê...".
Ou da maneira simplesmente hilária e surpreendentemente bela como ela dança, improvisando passos e ritmos.
Ou das historinhas que conta, cheias de detalhes e com entonações de voz diferentes...
Me deu vontade de falar também sobre o quanto é belo acordar de manhã ouvindo bandos de periquitos e araras disputando o céu com seus gritos animados. E de como me dei conta, somente agora, de que moro a poucas quadras do melhor e maior parque de Campo Grande...
Deu-me aquela vontade louca de igualmente falar para todo mundo que achei uma partitura com uma versão do "La muerte del angel", do Piazzolla, num arranjo do cubano Leo Brower!!
E de contar para todos que a música mais linda que eu já cantei em um coral foi um moteto de Natal do Bach, o "Singet dern Herrn ein neues Lied"...
E que por duas vezes salvei a vida de pessoas que se afogavam, graças ao meu hoje extinto caiaque...
E que eu, na minha ingrata e solitária adolescência, saía a passear pela pequena cidade com minha bike, indo a lugares distantes, apenas acompanhado de meu caderninho de poemas, no qual anotava versos cotidianos e filosofias de vida amenas ou apenas tristes...
E que, quase sempre, penso nas mulheres que amei, tentando em vão adivinhar como estão hoje ou como teria sido nossa história juntos...
E que, no pequeno sítio de meu pai, no qual morei até os cinco anos, volta e meia fico melancólico a me perder de vista, e até hoje não sei o porquê...
E que sinto saudades de meus avós e de meus amigos, os verdadeiros, os da infância, os de toda uma vida.
Além disso, ontem, hoje e amanhã "penso" no que será de meus filhos
nesse mundo cada vez mais estranho e desumano...
E penso em tantas outras coisas, sim, que o melhor é não chateá-los mais com isso, afinal...
E já repararam como demoramos a dizer adeus em nossas mensagens, como se não quiséssemos mais sair daqui??
terça-feira, junho 01, 2004
Como diz o ditado,
a pior das sextas-feiras ainda é melhor do que a melhor das segundas-feiras...
Por isso, eu, Rufus, apesar de gostar de tantos assuntos ditos interessantes ou inimagináveis, não tenho com quem conversar...
Como numa partida chata e solitária de xadrez, tenho de me contentar a jogar comigo mesmo...
E me deu uma vontade de falar de coisas que sempre me atiçaram, mas sobre as quais pouco converso...
Por exemplo... vejamos....
Etimologia “fantástica”? Vamos lá... Como sabem, o hebraico é escrito quase que exclusivamente com consoantes (as vogais, como no árabe, subentendem-se...). Assim, JEHOVAH (retirando-se as vogais...) transforma-se em JHVH. E mais: cada consoante tem um valor numérico específico. Assim, somando-se as 4 vogais restantes, temos como resultado 31415. Juntando-se uma vírgula estratégica, temos 3,1415... O Pi, o símbolo da perfeição, a representação arquetípica da divindade divina, Deus: o que não tem início, nem meio, nem fim (como num círculo perfeito...)
E JEHOVAH é formado por duas palavras: “ Jod” e “Evah”. “Homem” e “Mulher”. Adão e Eva. Ou seja: JEHOVAH é um nome que representa a androginia. A representação de uma fase da humanidade em que os dois sexos se separaram.
E “Elohim”, na Bíblia primordial, em hebraico, traduz-se por “deuses”, e não por “Deus” — “façamos o homem a nossa imagem e semelhança”.
Nós quem? Quem sabe a resposta não se sente compelido a falar...
E a cruz também é um símbolo fálico: a trave horizontal representa a mulher, o princípio feminino; a vertical, o homem, o princpio masculino. A evolução da humanidade...
Nunca houve uma “queda” de anjos, daquelas de se levar um tombo ou cair na Terra (bem, houve sim uma migração "forçada", uma longa história...), assim como não há acima (céu) ou abaixo (inferno) no Universo. Representações medievais de uma humanidade que ainda se encontra na “infância “ da religião...
E quando ela vai crescer, amadurecer, progredir, afinal?
Quando parar de matar e aniquilar àqueles que sempre procuram mostrar o caminho correto...
E mais não digo porque hoje eu viajei um pouco...
Mas isso passa, e logo...


Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com