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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

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Rufus: quase humano.
quarta-feira, junho 02, 2004
Já repararam
como as pessoas gostam de dizer que estão sempre cansadas ou sem tempo?
Eu, apesar de estar assim também, prefiro me lembrar de uma crônica do Rubem Braga, em que ele faz tudo ao contrário: procura dar notícias cotidianas, fugazes, numa tentativa de amenizar aquele dia-a-dia cruel e desumano, estampado diariamente nas páginas dos jornais. Assim, ele escreve (naquele tipo de linguagem jornalística carregada de suspense) sobre um senhor que se ocupa de beijar a esposa logo que acorda de manhã, ou de um grupo de amigos que entram em disputa num bar... de maneira amigável, apenas para ver quem paga a conta. Sem crimes, sem sangue, sem tragédias...
Hoje me sinto assim.
Me deu vontade de falar, por exemplo, dos desenhos lindos e coloridos que minha pequena faz, e vem me mostrar toda feliz, dizendo: "Ó, pai, esse é ocê...".
Ou da maneira simplesmente hilária e surpreendentemente bela como ela dança, improvisando passos e ritmos.
Ou das historinhas que conta, cheias de detalhes e com entonações de voz diferentes...
Me deu vontade de falar também sobre o quanto é belo acordar de manhã ouvindo bandos de periquitos e araras disputando o céu com seus gritos animados. E de como me dei conta, somente agora, de que moro a poucas quadras do melhor e maior parque de Campo Grande...
Deu-me aquela vontade louca de igualmente falar para todo mundo que achei uma partitura com uma versão do "La muerte del angel", do Piazzolla, num arranjo do cubano Leo Brower!!
E de contar para todos que a música mais linda que eu já cantei em um coral foi um moteto de Natal do Bach, o "Singet dern Herrn ein neues Lied"...
E que por duas vezes salvei a vida de pessoas que se afogavam, graças ao meu hoje extinto caiaque...
E que eu, na minha ingrata e solitária adolescência, saía a passear pela pequena cidade com minha bike, indo a lugares distantes, apenas acompanhado de meu caderninho de poemas, no qual anotava versos cotidianos e filosofias de vida amenas ou apenas tristes...
E que, quase sempre, penso nas mulheres que amei, tentando em vão adivinhar como estão hoje ou como teria sido nossa história juntos...
E que, no pequeno sítio de meu pai, no qual morei até os cinco anos, volta e meia fico melancólico a me perder de vista, e até hoje não sei o porquê...
E que sinto saudades de meus avós e de meus amigos, os verdadeiros, os da infância, os de toda uma vida.
Além disso, ontem, hoje e amanhã "penso" no que será de meus filhos
nesse mundo cada vez mais estranho e desumano...
E penso em tantas outras coisas, sim, que o melhor é não chateá-los mais com isso, afinal...
E já repararam como demoramos a dizer adeus em nossas mensagens, como se não quiséssemos mais sair daqui??


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