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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
This is my blogchalk:
Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

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Rufus: quase humano.
sexta-feira, março 12, 2004
Eu ia, juro que eu ia...
Eu ia postar sobre a família de 4 sagüis que vivem em meio às árvores de meu trabalho, numa área nobre em Goiânia, e que vêm comer biscoitos e frutas em nossas mãos...
Eu ia postar sobre as incoerências desses brasileiros que tanto (e sempre) me incomodam...
Eu ia postar um texto poético falando de partidas e chegadas, encontros e desencontros...
Eu ia postar mais um poema de minha adolescência, que fala de amores incompreendidos e melancólicos...
Eu ia postar sobre a falta de assunto que nos leva a ficar fazendo digressões inúteis nos blogs da vida...
Eu ia postar sobre tanta coisa...

Mas eu não vou postar sobre nada disso, por ora, porque preciso comunicar a vocês que estou me mudando para Campo Grande, onde devo permanecer por 18 meses, antes de retornar, possivelmente, para cá. A chance de ser removido apareceu, a ajuda de custo é tentadora, não havia como negar...
Vocês fariam o mesmo que eu? Pois fechei os olhos e fiz.
Tenho um mês de trânsito, a contar de segunda feira, 15 de março.
Vocês fariam o mesmo que eu? A chance de se verem livres dessas pequenas dívidas que tanto nos atormentam, a chance de poder começar o ano, realmente, com o pé direito, após décadas de marasmo?
Vocês fariam o mesmo que eu?
Campo Grande, a “capital morena”, 680 mil habitantes, distante 1.134 km de Brasília, 935 km de Goiânia, 1.014 de Sampa, terra de Jânio Quadros, Aracy Balabanian e Almir Sater.
Vocês fariam o mesmo que eu?
Pois eu fiz, e me desejem sorte.
Estarei sempre aqui, e aí, perto de vocês.
Eu vou até lá, mas eu volto.
Daqui a pouquinho.
Prometo a vocês...
segunda-feira, março 08, 2004
O Encontro marcado.
Quem nunca leu o livro O Encontro Marcado, do Fernando Sabino, que atire a primeira pedra. Só eu já o li umas seis vezes na vida. A última delas foi este final de semana.
Ah, Sabino, testemunha e agente de uma geração de pequenos gênios artísticos e atormentados por dúvidas existências... Um dos livros mais belos e fascinantes sobre adolescência e amadurecimento, sobre o duro ingresso na vida adulta.
Claro que muitos que o lêem se identificam de imediato com as mazelas e infortúnios do protagonista Eduardo Marciano.
Com minha geração foi assim: líamos tanto esse livro, na adolescência, que chegávamos a recomendá-lo ao amigo mais próximo, numa espécie de propagando boca-a-boca, criando assim um círculo secreto de admiradores que perpetuavam a obra de Sabino.
Lembra-se, Fabião? Líamos o livro, comentávamos suas passagens, identificávamo-nos de imediato com seus personagens, suas dúvidas e histórias... Afinal, um dos temas centrais do livro era a amizade, a verdadeira amizade, aquela que não conhece barreiras de tempo ou espaço. Amizade genuína, pura.
Até hoje me pego a lembrar algumas passagens pitorescas do livro, que nós, os amigos de infância, da escola, repetíamos ritualmente sempre que nos encontrávamos: sentar numa mesa de um bar, por exemplo, e discutir sobre filosofia, sobre a vida, era “puxar angústia”. Se alguém convidava você para um chope e você começava a dar desculpas para não ir, bastava seu amigo dizer a senha mágica, à qual ninguém podia resistir: “não analisa não”. Pronto, lá íamos todos ao bar puxar mais angústia...
Eduardo Marciano tem muito de mim — e eu dele: dúvidas, angústia “da boa”, uma eterna inquietação pelas coisas e pelos seres, a busca (inútil?) pelo sentido da vida, um casamento infeliz, um idealismo que beira a infantilidade, de tão espontâneo, um caráter bom (apesar do egocentrismo latente...), mágico, misterioso, que, inexplicavelmente, sempre cativou as mulheres, a vontade de realizar tanta coisa na vida e, afinal, constatar que acabou realizando quase nada...
Deus nos deu alguns dons, mas não disse como fazer para desenvolvê-los.
Coisas do livra-arbítrio...
Eu, como Marciano, um “quase humano”, realizando tudo pela metade: metido a poeta, metido a escritor, metido a jornalista, metido a músico, metido a nada...
E o encontro marcado, ocorreu afinal? Somente o protagonista foi. Os outros estavam ocupados, “cheios de vida” demais para irem até lá...
E o último capítulo do livro de chama justamente “A viagem”. Eduardo Marciano, finalmente só — como sempre esteve, agora constata... —, portando uma única mala, pronto para viajar, perscrutar seu destino, sair à cata de respostas que sempre o atormentaram, sem nem bem saber para onde ir...
Porém, para ele — nós —, apenas isso importa: ir. Partir.
O resto?
Isso não importa tanto. A vida se encarregará do resto...
sexta-feira, março 05, 2004
15 dias...
15 dias: o tempo em que passei gripado, com uma tosse de doer na alma.
Agora meus ânimos estão voltando.
Qual será a relação de uma simples gripe com nossos ânimos, nossa auto-estima, nosso ritmo de vida?
O pesoal da Seicho-no-ie diz que a gripe, o resfriado, é uma mágoa contida, por isso é um mal que nos acomete em forma "líquida"...
Já as alergias de pele podem ser a aversão por ambientes ou pessoas indesejáveis...
E o câncer (pelo menos alguns tipos deles...) é uma outra forma de mágoa muito profunda, bem mais grave, bem mais contida, que acaba consumindo a pessoa lenta e silenciosamente...
O que acham disso tudo?
Não sei. Só sei que esses 15 dias estão fechando seu ciclo, e talvez eu volte a meu ritmo "anormal' em breve...
Assim espero.
E resta a dúvida: que mágoa eu possivelmente teria guardado todos esses dias?
Não sinto nada, não "sabo" nada...
Mistério...
segunda-feira, março 01, 2004
Está chegando o dia de parar.
Assim, simples como dar um passeio solitário por uma praça antiga, mal cuidada e vazia......
A gente se acostuma com isso aqui, e nem se dá conta de que tudo se iniciou ao acaso, quase como uma brincadeira. Mas os textos começam a fluir, o círculo de amizades virtuais aumenta, e nosso cantinho passa a ser um verdadeiro prolongamento de nossas vidas. Aqui compartilhamos de tudo, desde dores até emoções variadas, que vão do riso ao tédio, da alegria ao ódio, das grandes futilidades às pequenas coisas mais sérias...
Sei que vocês — aqueles que muito mais me cativaram do que eu mesmo seria capaz de fazer cativar — não vão entender o porquê desse meu silêncio, mas confesso que nem eu sei também qual o motivo.
Só sinto, aqui dentro, que deve ser assim. E ponto.
Há dias esse vazio ameaça se apoderar de mim, e creio que deve ser alguma “voz” interior a me alertar, sei lá.
Só sei que está chegando o dia de parar. Breve...
Ainda não se sei se apago os arquivos, se os deixo aqui, mudos, quietos, empoeirados...
E também não sei quando vou voltar, se é que vou.
Gente, a vida é assim! Talvez eu não precise tanto desse meu lado virtual, talvez a vida já me farte tanto com sua rotina cruel e insensível, talvez mesmo algo esteja para acontecer em minha vida (seja bom ou ruim...) que vai tornar esse meu espaço deveras pouco visto ou lido completamente dispensável, sei lá...
Sinto, no entanto, desde já, que sentirei muita falta dos blogs amigos, por isso vou dar um jeito de visitá-los, ainda que não tão costumeiramente...
Se vou voltar, para vocês e para este "mundo"?
É possível...
Mas, enquanto isso, preciso desse silêncio, se é que me entendem... Ou talvez não... Ou talvez nem eu...
Perdoam-me, vocês, os poucos heróis e heroínas que me lêem e me “vêem” todo dia???
Espero que sim...
Agora, me desculpem, que preciso ir até ali, e já volto... Ou talvez não... Ou talvez sim....
Ou talvez.


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