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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
This is my blogchalk:
Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

Sou mais ou menos assim:

Vi, li e aprovei:

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Ouço e aprecio:

Toco em meu violãozinho músicas de:

Meus filmes preferidos:



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Rufus: quase humano.
sexta-feira, agosto 29, 2003
Sim, voltei...
... Sim, volto para vocês, volto (aos poucos) para o mundo, volto para as coisas e os seres...
E as coisas e os seres, serão que se voltarão para/contra mim?
Tudo bem que volto aos poucos, mas eis-me aqui.
Estressado, cansado com essas mudanças fora de hora...
Coisas que somem e quebram (minha fabulosa TV, meu xodó, não quer mais ligar...), gastos absurdos fora de hora, dores dantescas pelo corpo...
E aqui estou: com um espaço 5 vezes maior do que eu tinha em Brasília (acho que só por isso acho que valeu a pena me mudar... Só por isso, viu?)
Meus pequenos se perdem pelos cômodos da casa gigante e confortável...
Sim, gente, venham para Goiânia, mas estejam preparados para os goianos... rs...
Eu volto...
sexta-feira, agosto 15, 2003
Tanto para postar...
... E não estou postando no momento...
Mas vou voltar, assim que terminar de me mudar.
Postar é um ato de puro egotismo, admitam, mas arrisco querer dizer de coisas e de fatos e de acontecimentos e de idéias que tragam algo de igual em meio a tantas coisas diferentes.
Se tivesse tempo e disposição, acho que criaria um blog só para falar de outros blogs.
Um outro exclusivo para poesia.
Outro, sonhador, idílico, vaga-mundante, somente sobre música e cinema...
Outro ainda para os mistérios desta Terra e de alguns bilhões de dimensões e galáxias.
Outro, ainda, bem à-toinha, mais fútil que diário de adolescente de 15 anos (calma, já fui um deles... rs...).
Outro, este sim, sexy, envolvente, voluptuoso, apaixonante, luxurioso, dez megatons de sensualidade e erotismo refinado (pensam que ainda não sou humano? Pois Rufus escreve, sonha e assim vai vivendo...)
Tanto para postar, e eu aqui, não postando...
Mas ainda vou falar de você, de nós, dos outros, de todos, das coisas e dos seres, assim que terminar de me mudar para, só assim, poder continuar sendo o mesmo...
Tanto para postar...
sexta-feira, agosto 08, 2003
Questão de "polaridades"...
Gostei da observação de uma blogueira, dizendo que eu "tinha uma alma feminina", devido a minha lista de trejeitos e características pessoais: eu parecia uma "mulher na TPM"... rs...
Ri à beça.
Na verdade, profundas reflexões me vêm à mente, quando me lembro da obra de Trigueirinho, um autor "espiritualista" ora difamado injustamente, ora venerado com o devido respeito que se deve ter por pessoas de sua estirpe genuinamente inspirada.
Perdi um pouco o contato com sua obra, mas, de tudo que li, e graças ao meu relativamente desenvolvido senso crítico, posso garantir que o homem é uma sumidade. Dificilmente alguém conseguiria criar do nada tantas reflexões e análises pautadas pelo bom senso, sem artificialismos, cristalizações ou fanatismos.
Seus textos são uma das coisas mais bem escritas que já li!
Bem, voltando: ele diz (não só ele, por sinal) que a Nova Humanidade terá um tipo de DNA mais "feminino", ou seja, de uma polaridade mais neutra, menos agressiva que o atual DNA, excessivamente "masculino", por sinal.
Não vão entender mal, hein, seus maldosos? Polaridade nada tem a ver com sexo.
A Humanidade atual fracassou nessa sua ânsia belicosa, destrutiva, arrogante.
Está chegando a hora de as pessoas desenvolverem mais seu senso humanista e altruísta, e isso só será possível se as pessoas trouxerem implícita essa sua motivação, através de um gene mais dócil, mais intuitivo, mais magnânimo e justo.
O engraçado é que os futuros homens não deixarão de ser "homens": apenas serão o que as mulheres de hoje desejam ardentemente: mais gentis, mais educados, mais fiéis, mais altruístas, menos agressivos, mais voltados ao bem estar comum.
"Ih! Acabou-se a graça...", dirão os Ricardões de plantão...
Mas... fazer o quê?
Polaridade feminina neles!!
Singelos versos...
O ontem passou
como chuva
O hoje chegou
como andorinhas
O amanhã já vem
como flores

Fico
não fico
Escrevo
não escrevo
Parto
não fico

O ontem ensina-me
a viver o hoje
e saber ficar
para o amanhã

E X I S T O
Partidas...
Partidas...
A minha, a sua, a de músicos queridos...
Primeiro foi-se Baden Powell, agora meu Paulinho Nogueira se foi.
Morreu dia 02 de agosto, neste fatídico mês em que aniversario (dia 05, mesma data em que morreram Carmen Miranda e Marilyn Monroe). Poxa, que data mais do que fatídica...!!
Paulinho enlouquece os músicos com o jeito como ele carrega acordes na mão esquerda, cheios de dedos, pestanas e notas. Eu sempre o chamei de o músico da mão esquerda. Dele, adoro tocar Frevinho doce, Valsa em sol do meio-dia, Simplesmente(o bem verdadeiro), as já clássicas Bachianinhas 1 e 2, o Choro chorado para Paulinho Nogueira, em parceria com o Toquinho e o Vinícius, além de Tons e semitons e outras de que não me lembro.
Assim é a vida: uns vão, outros vêm, e apenas suas obras ficam.
quinta-feira, agosto 07, 2003
"Play it loud with the lights off"
Passei no meu trabalho por dois minutinhos, por isso vou postar algo rápido.
A frase acima, minúscula, escrita no final do encarte de Brave (gravado entre 1991 e 1992, mas acho que lançado em 94), do Marillion, resume bem a atmosfera musical do disco.
Tudo bem que rock progressivo há muito já deu o que tinha que dar - que o diga a reação do movimento punk, já em plenos anos 70.
Mas tudo tem sua razão de ser, e o rock progressivo ainda é uma das facetas mais criativas do cenário musical moderno.
77 minutos de puro envolvimento musical já dizem tudo desse disco considerado pelo próprio grupo "o mais progressivo que já fizemos".
Sim, música sublime, mas não daquelas fáceis de se ouvir...
Sabem aqueles discos de que só se começa a gostar lá pela quinta audição? Pois é bem assim. Muitos ruídos pequenos, muita sutileza sonora, muitos minutos de bons sons instrumentais, muitos ritmos complexos, muitos solos viajantes da guitarra mágica de Steve Rothery... e a voz do Steve Hogarth é quase um sussurro...
Minha preferida é The Hollow Man (claro, romântica, profunda...)

"I think i have become one of the hollow men
I think i have become one of the lonely
Now that everybody talks to me
I feel i have become one of the empty

Hollow men can stop you with the twinkling of an eye
Hollow men can take you without even reaching out
Hollow men have got you long before you realise
The poison paralyses..."

Tem Brave, a fixa título (sim, coincidências com o filme quase homônimo: o Marillion é escocês...)

"What a brave, brave girl
Never lied before
Such a plain deceit
Everyone would eventually know ...
What a brave, brave girl
Never loved before
Placed herself in reach ...
So he tried ... in his own way
To find the heart of the tight-packed rose"

Tem Alone again in the lap of luxury, um single que tocou bastante em FMs na época:

"See those people there?
They look after me
This is a photograph of who i might be
Man in a uniform ... bride on his arm
Mum always was a fool for money and charm"

E The Great Escape é belíssima, pungente, magnânima, claro...

Um disco surpreendente, para se ouvir, realmente, da maneira como diz o título...
sábado, agosto 02, 2003
OVERDOSE DE TEXTOS
Sim, estou enviando uma carga brutal de textos que é pra compensar alguns dias que ficarei sem postar.
Estou de mudança, gente, um convite profissional inesperado e maluco, que surgiu e acabei aceitando. Destino? Goiânia. Perto de Brasília, um passeio. Prometo estar sempre por aqui...
Mas Rufus vive, e sempre viverá – ainda que continue se sentido um quase-humano...
Espero que continuem me visitando, sem pressa e com paciência para ler textos pesados e sem graça...
Os poemas seguintes têm mais de 20 anos, e foram escritos quando eu tinha 16 aninhos apenas... Densos demais para a idade, não? Isso vale para você, Leo Matheus, ansioso, do alto de seus 18 anos, por "amadurecer" no campo literário. Você já tem talento, rapaz...
sexta-feira, agosto 01, 2003
CHAMA
Eu creio que dei vida a uma chama,
e, logo acesa,
logo pus-me a niná-la
com canções sem palavras.

Embalei-a como pude,
e, carinhosamente,
para lá... para cá balançou.
Suspirou no meu sussurro,
consumiu-se no meu desejo,
e descansou.
Quando me vi ao seu lado,
e despertei do nada,
ela ainda vivia.
Mas não suportou sua angústia,
tombou sobre sua própria dor,
e foi sumindo devagarinho...
Afastou meu sonho num solfejo,
meu quarto enegreceu,
e eu só vi uma pequena luz,
assim...

Da cor rubra e inesquecível,
apagou-se, indo além do olhar cansado.
A música não parou.
Eu não parei.
E como a luz quente e perpétua de uma
estrela já morta que se deixa
chegar até nós,
ela se apagou,
assim,
mas ainda vive...


Um poema singelo, melancólico, uma metáfora, com certeza, da tão arraigada incompreensão humana. Não vão chorar ao lê-lo, hein? Eu, você, todos nós nos sentimos um pouco como...

HAGERUP, O FEIO.


De manhã,
chovendo,
quis vir ao mundo,
e veio.
Nasceu como um ser humano,
mas não viveu como ele,
porque seu nome era
Hagerup, o feio.

Um dia,
há anos já nascido,
quis ter amigos
e não os teve – receio...
"Odeiam-me, entristeço-me..."
Cresceu como um ser humano,
mas não viveu como ele,
porque seu nome era
Hagerup, o feio.

E seu aspecto incorpóreo,
e su'alma pura...
Por que? O que a imagem faz
que seu pensamento não capta?
– Não, Deus, não o odeio.
Teve olhares sobre as pessoas, entristecidos,
e estas horrorizadas à sua presença.
Tudo isso porque ela era
Hagerup, o feio.

E fugiu um dia porque teve medo,
e o medo tomou o medo dele mesmo:
– a fobusfobia, seu feio!!!
As palavras seguiam-no,
maltratavam-no, apedrejavam-no,
porque ele nasceu como um ser humano,
e não viveu como ele,
pois era Hagerup, o feio,
quem a história narrava...

"Por que o suicídio,
se o vaticínio celestial me flui,
e dever meu é transmiti-lo a todos?
Não. Não vou exterminar-me.
Posso dividir minha alma ao meio,
mas serei sempre e sempre
Hagerup, o feio.
Porque dessa vida que tenho vida,
nada me trouxe a beleza, que não me veio."

E ele é hoje o poeta da angústia,
a astúcia em versificar a vida que leva,
e mesmo assim ser feliz por isso.
– "Isso? Isso o quê? O que é ser vivo,
quando vivo é aquele ser que nunca entristece, creio?
E ele não viveu como um ser humano,
mas morreu como um outro qualquer que se viu:
seu coração parou,
e sua vida se extinguiu.

Assim, de nunca mais se viu ou ouviu
Hagerup, o feio.
Hagerup, o bom.


(01/09/82)
A B A N D O N O

Minha solidão deveria ser premiada
com cinco estrelas...
Todas elas belas, cintilantes, brilhantes,
solitárias...
De uma sonoridade sem fim,
de clássicos modos.
A se repercutirem intensas, pelo firmamento
– em mim.

Mas o abandono é assim:
um passeio, uma passagem
pelos particulares e ocultos lugares
desse mundo tão interior.

Supino suspiro... sôfrego solfejar.
É a vida.
É a paixão.
É o abandono.
Ao relento,
aos campos verdejantes de consolo,
às cordas do violão,
ao nada.

Nada a fazer em não poder fazer nada,
a não ser continuar a viver.
O papel e a caneta são o consolo,
o desabafo?
Diz o eterno: – o que vier eu traço.
– E eu aspiro aos olhos teus...

Sofreu quem sofreu,
venceu quem venceu.

E pensar que o braço carinhoso que agora
descansa sobre seu ombro
poderia ser o meu...!


(15/06/82)
P A L A V R A
Aproximei-me dela.
Hoje sinto que amo,
e a palavra nunca me traiu.
Brotou em minha garganta,
morreu em meus lábios
(estes estremeceram).
Afastei-me arrependido...


(08/07/82)
Para você, Any, que fez aniversário há poucos dias.
Amanhã completo 17 anos,
e não culpo ninguém por isso.


(04/08/82)

AÍ, DE REPENTE...

... percebi que a cidade não podia parar
só porque era o dia de meu aniversário.
O pôr-de-sol era o mesmo...
(até mais belo, com a úmida neblina da tarde).
As pessoas eram as mesmas...
(só um pocuo mais tristes).
O dia era o mesmo...
(só um pouco mais saudoso).
E só eu não era o mesmo.

É aquela sensação estranha,
desesperadora,
a vontade de gritar:
– Olhem para mim!
Se esqueceram de que dia é hoje?!

Mas é a tristeza,
aquela tristeza estranha
por se estar cada dia mais velho,
e sempre, sempre, o mesmo.
Por dentro,
mas sempre, e sempre, o mesmo...


(05/08/82)

(...) Antes de tudo, creio que existi
um dia.
Pode não ter sido o mais belo,
mas belo foi o último pôr-de-sol
que havia
– que havia um dia,
e, por não ser o mais belo de todos,
foi aquele em que mais vivi. (...)


(07/08/82)


Hei de odiar
a quem me fizer feliz.

Hei de amaldiçoar
a quem me fizer feliz.

Hei de querer matar
a quem me fizer feliz.

Hei de culpar e perdoar
a quem me fizer feliz.

Hei de amar e amar
a quem me fizer feliz...


(22/08/82)
FOGO

É assim que preciso aprender
– um dia, talvez –:
a escrever, a ferir,
a marcar, a queimar como o fogo.

(Tremulante a chama e quente,
e quente e luminosa a chama
ardente, a volúpia de seu corpo-chama,
como que de alguém que reclama
do baforejar ardente
de alguma boca sensual e provocante,
simplesmente...)

O Fogo do céu e do inferno
a queimar sem cheiro e
cinzas.
No céu, fogo das estrelas.
No inferno, fogo da terra
– da terra que abre um sulco
e grita de dor,
e cospe e cospe
fogo do mais fogo
do fogo-inferno:
das entranhas,
da febre,
do calor do fogo
em minha fronte
quando escrevo...


(16/07/82)
O poema seguinte, um de meus preferidos (e dos mais melancólicos), possui uma temática que me persegue há décadas, e resume muito do que vivo agora, neste momento. Ô sina, esta a minha...

A DISTÂNCIA: MENSAGEIRA DOS OLHARES


Captamo-nos.
Olhamo-nos.
Nada dizemos,
mas tudo sentimos.
Esquecer-me-ei de seu rosto
já na próxima esquina.
E a distância,
a cruel distância, enfim...

Melhor não nos conhecermos.
Melhor do que virmos a recordar
os desconcertantes olhares,
os sempre-mesmos pulsares-olhares.

E a distância,
a cruel distância,
enfim.
Ah! eu amo!
Eu amo a distância,
eu amo os olhares,
eu amo a primeira esquina...
E a lembrança vem,
e vem dilacerante,
e depois:
... – a mente brincalhona,
e eu, um eterno mortal apaixonado,
e a vida, que se esquece
daquele sorriso,
que se esquece de meu sorriso,
que nos esquece...

Mas eu amo a lembrança,
e como sou sentimental!!
– Os olhares que se cruzam,
como uma saudação,
como um ligeiro e próspero adeus.
E as lágrimas que caem na sarjeta,
e nossos corpos que se voltam...
... e nossos olhares que se reencontram...
– Quem é você??
– Quem é você??
– Eu te amo!!
– Eu te amo!!

É por isso que a distância,
mensageira dos olhares,
é o que resta de mim,
e a que me revive...

– Adeus, amado.
– Adeus, amada!!

E a distância nos separa os passos...


(10/07/82)
NOVOS TEMAS

– CHEGA!! CHEGA!!
Quem é que já não se cansou de
ficar por aí rimando lembrança
com esperança?

A caneta está farta,
a imaginação está farta,
tudo já está farto!!

Daqui pra frente,
só o que nos vem à mente
será o que nos foge à vida.

E até amanhã, exantema,
essa mancha que não deixa sequer
nossa imaginação.

Até amanhã,
até um NOVO TEMA...!


(02/10/82)


RUFUS, QUASE HUMANO.


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