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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
This is my blogchalk:
Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

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Rufus: quase humano.
terça-feira, novembro 09, 2004
Dos porquês de as coisas não pararem...
É verdade, meus caros e minhas caras, “as pessoas devem prestar mais atenção a uma segunda chance”. Escutei essa frase em um filme a que assistia uns dias atrás.
Coincidência?
No meu caso, não é nenhum golpe publicitário para aumentar a audiência de meu blog, fique bem dito, pois sequer me preocupo com isso...
A atenção e a sensibilidade que muitos de vocês me despendem já me bastam, portanto, creio que vale a pena continuar por aqui, dando uma segunda chance a minha segunda chance... rs...
E não teve como ficar matutando numa coisa, por esses dias... Anonimato...
Por que raios continuo anônimo?
Mantenho-me assim não porque minha vida seja algo misterioso, romanticamente perigoso, mas porque esse é meu perfil. No dia-a-dia, sou discreto, reservado, embora quem me conheça pessoalmente sabe o quanto sou divertido, palhaço mesmo... apesar de tímido, claro...
Tímido desinibido, como prega meu perfil aí do lado...
(Sentiram que esse blog aqui sempre andou sério demais ultimamente, com poucos risos? Que contraste...)
Mas não sou tão anônimo assim.
Querem uma prova? Muitos aqui já viram minha foto, já viram fotos de meus pequenos, e muitos também sabem que meu nome verdadeiro é Rubens, e Rufus nada mais que um “quase” anagrama dele. Quase humano isso tudo, não?
Rufus, ruivo, rubro, vermelho. É isso o que significa meu nome também no original, em hebraico: Rubén = vermelho. Não por acaso, minha cor preferida é esta mesmo, e já pesquisei esse lance de astrologia básica, e tudo bateu com essa cor: desde a pedra-símbolo (o rubi), até o regente de meu signo (o sol, Leão).
Sem contar que sou branquelo, cabelos um pouco claros, e uma vez deixei o que se chama de barba crescer, e o resultado: bigode e fios levemente avermelhados. Ruivo até na barba... rs...
Que mais gostariam de saber de mim, já que o silêncio final, aquilo por que tanto clamam os poetas, andou quase a me espreitar? Que toco violão? O perfil ao lado já diz tudo. Que minhas peças prediletas são as 3 partitas e as 3 sonatas para violino do Bach, as quais toco, de forma quase intermitente, há uns 20 anos? Que também canto e aprecio uma MPB de primeira, um repertório que, de tão mágico e especial, praticamente não encontra mais ouvintes? Que já pratiquei canoagem com uma fidelidade quase eclesiástica? Que já cantei no Coral da USP por 3 anos, participei de montagens de óperas e peças memoráveis, inesquecíveis, recitais divinos, músicas em mais de 10 idiomas diferentes, já me apresentei no festival de inverno de Campos do Jordão, já toquei viola caipira numa peça de teatro chamada “Na carreira do Divino”? Que toquei uns meses num grupinho que se apresentava em minha pequena cidade, e fizemos até que um certo sucesso? Bons tempos aqueles, inesquecíveis...
Que sou fanático pelo som do Oregon, um dos grupos instrumentistas mais interessantes e completos de que se tem notícia? Que os considero altamente inspirados e originais, com composições de um frescor virtuosístico e universalista que lembram muito Egberto Gismonti?
(Taí, gostei da idéia: quem gostaria de ganhar um cd contendo horas e mais horas da mais pura música que compõe o universo rufusiano? Oregon estaria ali, é claro, além de Bill Gable e outras preciosidades. Creio que vocês adorariam sobremaneira... sim ou não?)
Que mais dizer de mim, se é que querem matar essa sua curiosidade?
Se pretendo voltar para Goiânia, ano que vem? Sim e não. É possível que eu volte, porém eu me sentiria melhor — se eu tivesse condições de escolher o local, é claro — em Sampa, onde eu teria, com certeza, uma série de situações contextualizadas que ainda não encontrei em lugar nenhum, como a postura intelectual da população, um riquíssimo e variado ambiente cultural, um vigor, um estilo de vida que muito batem com meu ritmo. Sequer Brasília chega perto dessa “maturidade” e auto-suficiência que é de praxe da população de lá... Tudo bem que tem poluição, violência, trânsito caótico e tal, mas creio que todo o resto vale a pena. Eu, que já rodei um pouco esse país, confirmo o que sinto hoje na pele: a identidade cultural de um povo diz muito mais, a mim, do que a casca exterior de um local, por mais idílico ou paradisíaco que ele seja... Sem qualquer estrutura cultural — e eu diria mesmo “moral” — um povo, uma cidade não sobrevivem.
Projetos? Todos temos. Preciso fazer pós-graduação, preciso batalhar pelo financiamento de minha futura casa própria, preciso até voltar a dar aulas, mesmo que seja à noite. Em último caso, mudar de emprego, passar em outro concurso.
Já consegui isso uma vez, seria difícil conseguir de novo?
O livro de poemas? Vai sair um dia, sim, e muitos de vocês saberão, porque pretendo divulgá-lo de maneira significativa. Até já comprei um PC tinindo de novo, para trabalhar nele com mais afinco. E já perceberam que começo a me enveredar pela crônica, não? Esse é um lado meu que ninguém mais conhece...
Que adoro ler? Quando estava na quarta série, minha professora emprestou-me TODA a coleção do Sítio do Pica-pau Amarelo, a qual eu li em um único mês... Que criança “normal” faria isso hoje? Atualmente, creio que leio perto de 2% do que eu lia antes...
Que considero o João Guimarães Rosa um dos maiores escritores de todos os tempos? Por mais que elogiem e apreciem seu estilo, muitos sequer têm idéia da amplitude e da profundidade de suas obras. Muito ainda está para ser lido ali, nas entrelinhas, e feliz daquele que se acha capaz de lê-lo — já que uma pesquisa recente provou que a maioria das pessoas com uma formação equivalente ao Ensino Médio, hoje, são praticamente incapazes de compreender os livros e a linguagem do Rosa...
Que estudei Direito por 3 anos, mas abandonei o curso, porque o detestei? Culpa, principalmente, dos professores, de nível cultural e moral horrível, e de didática medonha. Imaginem um professor, como eu, ter de aturar aquele tipo de profissional... No ano imediatamente seguinte, soube que o MEC quase fechou a faculdade, por “insuficiência de recursos pedagógicos”, diga-se nível dos professores... E olhem que muitos a consideram uma das mais conceituadas do interior de São Paulo, a “Califórnia brasileira”...
Que quase fui alvejado quando tinha uns 6 anos, já que estava na linha de tiro de um desafeto, que resolveu descarregar seu revólver naquele indivíduo que o humilhara diariamente por anos a fio? Enquanto escrevo isso, reavivo a cena de um homem gordo, enorme, caindo de costas de uma cadeira, mortalmente ferido. Mas não guardei nenhum trauma ou neurose, garanto a vocês... Lembro-me sim das balas zunindo em meus ouvidos, pois passaram muito próximas a mim...
Que ainda sou um dos poucos homens do mundo que ainda abomina o machismo, a selvageria moral e ridícula com que as mulheres de hoje são atacadas de maneira diária? Esse assunto tem-me incomodado sobremaneira...
Acreditam nisso? Um homem contra a postura dos homens... E se eu contar que eu nunca mexi com uma mulher na rua, utilizando dessas linguagens e cantadas grosseiras que fariam até uma desaforada corar de vergonha? Que acho ridículo um homem dirigir-se a uma mulher com aquele instinto puramente animal, grotesco, sem sentido, tratando-a como se fosse um bólido de carnes pronto a devolver-lhe um sorriso e abrir-lhe as pernas, ali mesmo, na rua? Acho que isso tudo demonstra a pobreza moral e cultural que acomete a todos, hoje... Desde quando algum desses dementes de hoje seria capaz de CONVERSAR com uma mulher decentemente, apenas exercendo o poder da linguagem que lhe é conferido gratuitamente, que é (ou deveria ser) de sua própria natureza humana?
Ah, deixem isso prá lá... Acho que, no fundo, sou quadrado demais em algumas de minhas conclusões...
E que mais dizer de mim? Que abomino a hipocrisia?
Sim, eu abomino a hipocrisia. Considero-a uma das chagas da humanidade. Já até mudei de religião por causa dela, e procurei adequar-me a uma outra que considero mais isenta, mais nobre, mais altruísta. Nem preciso dizer que jamais teria estômago para ser um político, não? Prefiro a pobreza material ao corrompimento de meus princípios... E nem me venham com essa papo de que “todos têm seu preço”, porque não há nada que pague uma mente livre de pressões ou remorsos... Você pode enganar e quem quiser que seja, inclusive a Deus, mas nunca a si mesmo...
Que mais dizer, ou falar?
Que devo ter algum sexto sentido especial para crianças ou animas, é isso? Ambos me adoram, nunca vi coisa igual. Hoje mesmo um bebê minúsculo me deu um daqueles sorrisos gratuitos, espontâneos, que te fazem até esquentar por dentro, de tão gostoso...
Já sei, já sei: instinto paternal. Dizem que as crianças captam muito bem isso. Pronto, é isso: instinto paternal. Pelo menos tenho cumprido minha parte razoavelmente bem...
E que tenho suportado de tudo e todas para ficar perto de meus pequenos? Sim, essa é a parte mais triste, mas, como disse, tenho cumprido bem meu papel... sou mesmo louco por eles, e espero tê-los perto de mim para sempre...
Que posso até ser tachado de louco, lunático, ou coisa do gênero, por que adoro assuntos ditos transcendentais, inacessíveis (quase) à compreensão humana? Antes isso do que estar por aí à toa, sem nada para fazer, ou fazendo besteiras...
Mas acredito em um monte de “coisas”, sim. “Acreditar” é uma palavra simplista, incompleta, meio burra. Antes de acreditar, procuro “entender”. Eu entendo, portanto, o que prego, o que estudo, o que vivo, o que defendo, o que idolatro. Eu “entendo”, por exemplo, a reencarnação, e acho-a uma doutrina maravilhosa — embora mesmo esta deixará, talvez em breve, de ser a tônica da evolução humana...
E o que poderia ainda ser dito, ou escrito? Muita, muita coisa... Já fui dormir noites e noites com tantas palavras e idéias batendo em minha mente, tonitroando, sem me deixar dormir, levando-me a concluir: “preciso compartilhar isso com alguém, nem que seja no blog.”. Mas, como disse, muitas palavras e idéias se perderam no vento, porque esse cantinho aqui acabou ficando sério demais.
Eu até conseguiria ser mais frugal, mais fugaz, dizer sobre o que comi no almoço ou a que filme assisti, mas, além de ter de escolher outro espaço para isso, desde quando eu teria a pachorra de gastar meu tempo falando de futilidades sem fim?
No fundo, acho minha vida sem graça, é isso. Por isso eu quis cancelar esse meu espaço de “puxação de angústia”.
Mas eu pensei melhor — ou melhor: não pensei —, e resolvi ficar por aqui.
Portanto, eu vou ficar por aqui, ok? Até o dia em que algo acontecer, ou não for mais tempo de plantar palavras-semente...
(Algumas sementes morrem, outras poucas germinam...)
Até o dia... Até o dia que em o silêncio quiser.
Mas, como eu disse, por ora eu queria não querer...


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