Rufus: quase humano.
De como escrever sem ter assunto, ou, mesmo o tendo, não querer desejar escrever...
x – x – x
Quando pego um caderno para escrever, que se cuidem.
Depois, terão de ler o que escrevo agora...
x – x – x
Fantasmas não existem: nós é que os criamos: eles é que se revelam ao criador: nós é que nos assustamos com sua aparição: eles é que aparecem de forma misteriosa: e nós é que pensamos com as pernas!
x – x – x
O meu espanto não é maior que o seu,
quando diante do espelho me deparo.
Já viu um tatu, quando de cara cai do céu?
Pois bem, mais chocante do que ele, eu disparo!
x – x – x
Un poco sostenuto
un poco ralentando
un poco ritenuto
un poco inconformato
x – x – x
As linhas do caderno se desenrolam extensas, esperando alguém que escreva sobre elas. E são tantas, enfim, tão imensas, que nos perdemos ante a vista delas...
x – x – x
Espero muito do amanhã. Mas, enquanto ele não chega, fico muito impaciente...
x – x – x
Os temas estão gastos, as inspirações, poucas, a memória, fraca...
Mas minha vontade de escrever é cada vez mais forte.
x – x – x
Como a beleza é fundamental, e o fundamento essencial à beleza...!
x – x – x
E eu aqui, com uma paciência de relógio antigo, espero tranqüilamente pelo Tempo, que me dará mais corda...
x – x – x
Contente-se com a morte,
perdendo esta vida efêmera.
Na verdade, não se pode perder
o que se ganha por direito.
x – x – x
Meu vício reside em pensar que não tenho vícios.
E minha virtude, em saber que realmente os possuo.
x – x – x
Hoje é um dia ótimo para se falar de tudo o que existe de bom nesse mundo.
A começar pelo que não existe...
x – x – x
Hoje fui feliz por poucos instantes, e alegre o dia inteiro.
Porém, somente hoje.
x – x – x