Rufus: quase humano.
A
Lili postou hoje estas linhas: “Por maior que seja o buraco em que você se encontra, pense que, por enquanto, ainda não há terra em cima”.
E eu devolvi o comentário seguinte: “... acho que sou do tipo que se aproveita dos momentos de crise para se levantar de vez, tomar outro impulso. Ou seja: sou daqueles que, se vão mesmo para o buraco, tratam de levar uma pá junto, para retirar a terra que jogarão em cima... ”
No último post falei, “ao acaso”, sobre o acaso, e como sei que nada é para sempre, assim como tudo tem seu sentido oculto, acabei por refletir: estarei eu indo para o buraco?
Sim e não.
Não é um buraco material, um buraco qualquer, daqueles que envolvem a maior parte das pessoas, e está ligado a puras mazelas materiais. Ainda que tenha uma pontinha a ver, quisera eu que antes assim fosse...
Mas é muito, muito pior...
Começo por falar deles, dos pequenos.
Por que as pessoas querem tanto ter filhos?
Claro, uma lei da natureza, um impulso, um instinto de perpetuação da espécie, o amor filial embutido em cada ser — pelo menos naqueles que se acham mais “humanos” que os outros, estes sim indiferentes à espécie humana e seus conflitos...
Porém, um alerta: sejam cautelosos com quem esperam ter ou criar filhos. Uma ligação difícil de romper, mesmo que levem, depois, vidas separadas e desgastantes.
E o que vale a pena, afinal?
Meus pequenos são perfeitos, sem um único defeito físico, seres possuidores de sorrisos cativantes e inteligências luminosas, sem contar o fato de que possuem uma beleza quase além da humana...
Acho que só por isso tudo tem valido a pena, até agora...
Somente por isso...
E mais não digo porque cada um tem a sua dor, e vocês nem sabem o quanto é bom compartilhá-la através desses milhares de pontinhos que formam essa imagem vaporosa na tela de nossos micros...
Tenham filhos, vivam a vida, mas preparem-se para o que há de vir, pois nem tudo sai como achamos que deveria...
— E as coisas deveriam sair sempre como planejamos?
Melhor nem pensar nisso...