Rufus: quase humano.
Nostromo (popularmente conhecido como “nego”) foi criado por mim desde bebê, com papinha da polenta dada diretamente em seu bico. Era um papagaio do tipo “maracanã” ou maritaca, ou seja: daqueles bem barulhentos. Sabia perfeitamente cantar, rir, dançar, gargalhar e até chorar. Adorava-me a ponto de ser difícil tirá-lo de meu ombro e pô-lo de volta na gaiola. Fazia-me cafunés com o bico a até andava de bicicleta comigo.
Se estiver vivo hoje, deve ter exatos 24 anos.
Já Babi era uma poodle número zero até que chique: pais franceses e americanos. Foi um presente dado a mim por algum amigo desnaturado que não gostava de cachorros.
Babi dormia aos meus pés, e não deixava que ninguém se aproximasse de meu quarto, inclusive minha mãe: puro ciúme. Quando eu saía ou viajava, ficava triste e acabrunhada a ponto de dar dó...
Essa também passeava comigo, não de bicicleta, porém de moto: eu a sentava no tanque de combustível e lá íamos nós pelas ruas da pequena cidade...
Se estiver viva hoje, deve ter aproximados 15 anos.
Pity, por sua vez, era uma gata siamesa ao mesmo tempo linda, charmosa e diferente: por seus pais serem irmãos, ela nasceu com um defeito congênito — não possuía rabo. E com as ancas mais altas e as pernas traseiras mais longas, ela mais parecia um coelho que um gato.
Fazia questão de dormir por entre minhas pernas, onde se aninhava sorrateiramente. E fazia uma coisa na qual ninguém acreditaria, se não houvesse testemunhas do fato: brincava de esconde-esconde comigo, como uma verdadeira criança.
Se estiver viva hoje, deve ter por volta de 8 anos.
“Nego” e Babi foram dados a algum estranho por meus familiares tão logo viajei ou me mudei de cidade. Eles nunca gostaram de bichos mesmo...
Já Pity sumiu numa noite de cio e, embora eu a tivesse medicado com hormônios para cortar seu “fogo”, assim mesmo ela se foi...
E ontem, para alegria de meus pequenos, eu adquiri um casal de adoráveis periquitos ingleses, de um belo e translúcido azul.
Que a sorte deles seja melhor que a de meus outros bichos, assim espero...