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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

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Rufus: quase humano.
sexta-feira, maio 14, 2004
As lembranças, as imagens...
... as saudades de tempos que já se foram...
Nossa Idade do Ouro onde está, onde ficou, em que espaços existiu um dia?
Com certeza, muito dela pertence aos quadros de nossa infância, nossa adolescência.
Ambas, no meu caso, foram épocas felizes, malgrado as privações materiais e as dificuldades inerentes a elas...
Mas eu e você, amigo Fábio, na nossa tenra idade, plena de sonhos, planos e realizações, acabamos por vivenciar uma época de certa “pureza”, na qual amizades eram mesmo amizades, as horas corriam lentas, nosso amores platônicos por musas inacessíveis e ingratas eram quase rotina, e tínhamos imaginação suficiente para, com sua força, tirar o mundo de sua órbita rotineira e projetarmo-nos para fora daquele mundo pequeno, arquétipo de uma pequena cidade do interior de São Paulo...
Será que todos, na sua infância, também tiveram sua “Última Rua”? Aquela mesma, onde o bairro nobre acaba, e se abre uma imensidão de campos e pastagens, local idílico preferido para o espetáculo diário dos mágicos pores-de-sol? Imensidão de céu coalhado de pipas no inverno, e uma festa diária de bicicletas e multidões no verão? De dia, aprazível para passeios e brincadeiras, à noite, terra dos casaizainhos mais afoitos, mais frementes por uma certa intimidade?
E nós, nossos amigos, nossa geração, nós curtimos a Última Rua, do mesmo modo que o pessoal de Minas tinha seu Clube da Esquina e Renato Russo sua Turma da Colina...
Sim, nós, gente simples e sonhadora, nós tínhamos nossa Última Rua, a qual presenciou tantos de nossos risos, tantas de nossas lágrimas, tantos de nossos porres existenciais. Nossa pequena Meca, à qual todos acorriam ansiosos, mal chegados de suas viagens de estudos, e à qual todos tinham uma veneração quase inquestionável...
Pois eu escrevi um poeminha, Fábio, pensando nessa rua, e isso já faz muito tempo... Creio, Fábio, que você nunca leu as linhas que seguem, mas elas calarão fundo em sua memória.
E, para quem não teve sua Última Rua, porém soube aproveitar espaço semelhante ao longo de suas vidas, espero que os versos seguintes também caibam dolorosamente bem lá no fundo de vocês...

A ÚLTIMA RUA

A Última Rua é a primeira esperança.
A última esperança é a primeira rua
- a primeira rua da esperança
que, por sinal, é a última.

A última a se esquecer de mim,
a última a desabitar meu ser,
a última a fugir jamais de minha memória,
a primeira, e tão somente esta,
a me despertar saudades
- a última saudade da rua
que, lá longe, na cidade,
é a última.

A última para quem lá vai,
A primeira para quem de lá vem...

(É a reta final da liberdade,
a confidente dos garotos e garotas
que nela encontraram a liberdade
para seus espíritos apaixonados).

A última rua, e tão somente esta,
que a me falarem em rua das rimas,
rua da felicidade,
rua da saudade,
é a primeira que me vem à memória,
quando relembro que a cidade
foi quem me deixou para trás,
apenas por ter deixado-a
na sua paz...



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