Rufus: quase humano.
Trilhas (Hoje, exclusivamente, violão clássico):
Manuel Ponce:
thème varié et finale.
Castelnuovo-Tedesco:
Variations à travers les siècles.
Guido Santorsola:
Prelúdio da “Suíte Antiga”.
Augustín Barrios:
La Catedral.
Uma das músicas eruditas mais aclamadas e admiradas, e uma das que mais aprecio tocar: a
Chaconna (ou
Chaconne), o último movimento da segunda “partita” (espécie de sonata) para violino de J. S. Bach. Uma obra, aliás, que cai muito bem para execução ao violão.
(Quem é músico e já desfruta do prazer de poder tocar as peças de J.S.Bach, não vai sentir surpresa alguma ao ler este relato.)
Eu sou daqueles autodidatas que acabam aprendendo por teimosia (aliás, a maior qualidade de um autodidata é esta...), tal a admiração que dispensam a determinada obra ou autor. Bach foi meu “pai” musical em vários momentos de minha vida, e até a fluência na leitura de partituras eu consegui estudando obsessivamente suas peças, especialmente as 3 sonatas e as 3 partitas para violino.
A
Chacona, cuja duração não excede 13 ou 15 minutos, é uma pequena obra-prima, um verdadeiro microcosmos musical, e Bach escolheu um único instrumento (no caso o violino) para espelhar essa genialidade musical jamais superada por outro músico.
Sobre a
Chacona, já foi dito que ela corresponde “ao triunfo do espírito sobre todas as outras coisas”, e que “nenhum outro compositor jamais compôs tamanha obra-prima”. Sim, ela é sublime, poderosa, mística, potente, profunda, alegre, dolorida, contida, virtuose, magnânima, pungente, severa, serena...
Sua estrutura musical é inspirada na antiga
sarabanda espanhola, e seu tema principal se estrutura em 4 acordes
ostinattos, que permeiam toda a obra: ré menor, dó maior, si bemol e lá maior.
Hoje entendo o que dizem os Poetas sobre a Música: que ela espelha a face do Divino. Não sei. Nada sei. Apenas que meu semblante se transforma, e que me emociono, ao saber que, com minha música, também posso tocar aqueles que me tocam profundamente...