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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Rufus: quase humano.
sexta-feira, fevereiro 06, 2004
Como fazer dos postes carrosséis...
Um típico poema daquela fase adolescente de amores platônicos e esperançosamente incompreendidos...
Como todos e tantos falam de amores desencontrados, distraídos, distantes mas tão próximos ao roçar da pele, creio que vocês vão gostar deste poema, que tem lá o seu lado juvenil e otimista...
Boa leitura!

EU LIBERTEI A VOZ!

Canto baixinho uma linda canção
e olho para ela.
Se soubessem quem sou...
Mas não sabem.
Por isso eu olho para ela,
e sofro emudecido...
Dos demais que rodeiam à volta
de meu amor,
eu queria ser apenas uma cantador de
cirandas,
um humilde apenas,
e ver com estes meus olhos
o que ela poderia ver em mim:
alguém diferente,
alguém comum assim,
mas alguém como só ele
poderia ser...

Eu, porém, volto cedo à minha casa,
e chuto pedras
(obstáculos de meus passos),
e me abraço aos postes, e giro,
como alguém muito feliz e amado...

Além disso, Eu sou Eu.
Quem saiba exista por aí alguém
que se sinta como Você é Você?
E que tal nos conhecermos?
um convite à dança,
a troca de passos,
os dois juntos,
o cordial cumprimento,
e a alegria,
e a nossa
música
tocando...

Não consigo dizer tudo que sinto,
mas sinto.
O que dizer?
ora: — TUDO!
É aquela falta de alguém
para dizer das coisas e dos nomes,
e de lugares fantásticos e sonhadores...

Um mundo que se abre ao sorriso de um amigo...
E como ser um amigo?
— É só chutar as pedras
(obstáculos de nossos passos)
fazer dos postes carrosséis,
e girar,
e girarmos,
infinita
e despreocupadamente...


(Composto por Rufus, em algum modorrenta noite dos anos 80, lá em Sampa...)


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