Rufus: quase humano.
Era uma vez um menininho que decidiu vir ao mundo.
E, uma dupla de anos depois, uma irmãzinha resolveu vir atrás dele.
No dia em que esta nasceu, o menininho ficou dois dias sem ver a mãe. Era a primeira vez que ficava sem vê-la por tanto tempo.
Foram visitar a mãe na maternidade, só que não podiam entrar. Viram-na pela janela. O menininho ficou acanhado e se recolheu ao ombro do pai. Estava com saudades da mãe, que chorava ali, na janela. De pura saudade, também.
Porém, logo logo estariam juntos de novo, com a irmãzinha a tiracolo.
E assim foi: ao chegar em casa, a mãe, com a pequena toda embrulhadinha como um pacote, escutou do pequeno: “mãe, que é isso aí?”
“É sua irmãzinha, filho”.
Risos.
O pequeno nem notara que aquela “trouxinha” de gente era sua mais nova companheirinha!
Nos dias e semanas que se seguiram, ciúmes. O pequeno chegava e
lap!, dava um tapa na cara da irmãzinha. E pernas pra que te quero, pois lá ia o pai atrás dele para “acertar” as contas... Amigavelmente, claro...
Quando a pequena completou um mês de vida, o papai partiu para Brasília, onde ficaria por quase cinco meses. Precisava freqüentar o curso que lhe permitiria assumir o novo cargo público. Via-os apenas uma vez por mês.
A pequena? Ele mal a viu durante esse tempo. Nem se recorda direito de como era seu rosto por essa época... Somente por fotos.
E hoje, como andam os dois? Companheiros fiéis. Únicos. Inseparáveis. Brigam e se amam na mesma proporção. Freqüentam até a escolinhas juntos.
Quando ensaiam passos de dança, à maneira de uma valsa, qualquer um ri até quase ter uma síncope cardíaca...
Outro dia mesmo o Tatá (que a pequena só conseguue soletrar “Cacá”), disse-me:
“ — Pai, acorda a Bubudi pra mim?
— Por que, filho? Deixe-a dormir...
— É que estou com saudades dela...”
Espero que continuem irmanados assim por milênios...