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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Rufus: quase humano.
sexta-feira, janeiro 09, 2004
Unindo os pólos.
Brazil, o Filme.

A vida é uma ponte que se destina a unir nossos pólos mais distantes.
Há dias medito sobre uma faceta interessante de minha personalidade que hoje chego a entender de maneira quase pacífica: o realismo fantástico.
Unindo os pólos de minha vida, percebo o quanto esse tema sempre me perpassou.
Claro que deve ter começado logo nos meus primeiros tempos de adolescente, quando devorei, repetidas vezes (leitura gratuitamente obrigatória naquele tempo...), O Pirotécnico Zacarias, do saudoso Murilo Rubião. Nosso clássico do Realismo Fantástico é mesmo uma obra-prima, com contos inesquecíveis como Os dragões e Bárbara. Claro que Rubião deve ter bebido na mesma fonte de Júlio Cortázar (que tal Bestiário?), mas creio mesmo que tudo deve ter começado no século passado, com os surrealistas (André Breton à frente).
Tá, ok, concordo: em literatura, a figura mais emblemática talvez seja a de D. Quixote, sem dúvida a maior fonte de inspiração para os escritores realistas-fantásticos. (Em tempo: sabiam que o segundo volume do Quijote é bem mais divertido que o primeiro, escrito dez anos antes?)
Mais recentemente, descobri, no cinema, um paralelo interessante com os filmes de Terry Gillian. Sim, ele é nosso mais perspicaz cineasta, obcecado com a questão do fantástico inserido de tal maneira no real que não se sabe quando termina um e começa o outro. Vejam Bandidos do Tempo, por exemplo, passando por Brazil, o Filme (de longe, o meu preferido), As Aventuras do Barão de Münchausen e O Pescador de Ilusões, até chegar na obra que o consagrou perante o grande público: Os Doze Macacos.
E querem saber mais? Ele trabalha atualmente num novo filme, Quixote. Esse nome já não diz tudo?
Matrix? Apesar de gostar do filme, garanto que ele não passa de uma interessante colagem de todas essas questões remixadas: realismo fantástico, a “teoria das correspondências” de Baudelaire, que a bebeu do platonismo, e este, como toda corrente iniciática da época, foi buscar a essência da essência na Essência: a tradição esotérica hindu, mãe de todas as religiões.
Simples, não?




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