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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Rufus: quase humano.
quarta-feira, janeiro 21, 2004
Palavras, metáforas e paradoxos...


Tanto tento, ao relento, a sós, em meio ao tormento, ou mesmo ao sabor da brisa, escrever, porém não consigo. Debalde me sinto um caçador de palavras, vagando o mundo silencioso e traiçoeiro da linguagem, atrás das primeiras, que me espreitam...
E como me sairia numa prosa poética? Numa canção sem palavras? Num texto idílico e sonhador, de tão belo e criativo?
Pensei em brincar com figuras de linguagem, antes que elas mesmas resolvessem brincar comigo...
Daria mil voltas ao mundo atrás de uma hipérbole, ou enfrentaria, tal qual um Hércules combalido, um batalhão de comparações, antes que avistasse, ao longe, uma metáfora, uma apenas... Bela, pura, nitente, cativa...
E dela eu ouviria, calado: “Sou a Verdade: uma mentira muito, mas muito sincera...”.
Eufemisticamente, eu lhe diria, de volta, que ela está longe da verdade, ao se definir... Diria mesmo – e ponto final – que ela, para comigo, não está sendo sincera...
Ah, senhora Metáfora, perdoe-me, mas amo as metonímias, as sinédoques sem maridos ou esposas, órfãs mesmo antes de nascer, paridas ao mundo às centenas, aos milhares...
Escapou-me uma agora: o sal de meus olhos. O sal de meus olhos risca minha face.
Além disso, sabeis de que tão e tantos paradoxos minha vida é feita... O muito do pouco que me resta, sozinho em meio à multidão insana, carinhosa, agressivamente calma e fiel à sua loucura terçã.
Não, não confunda tudo isso que digo com antíteses: essas, antes, se completam. O dia e a noite. O claro e o escuro. Já meus paradoxos, meus dilemas, não.
Rio para não chorar. Choro de rir e me farto da ausência, que tanto que completa... Nada me falta, a não ser o mais simples das coisas: tudo.
E por acaso sabem o que é sentir um misto de tristeza que te alegra, ou uma melancolia que te diverte? É assim que sou... Calado, de tão falante... Tímido, de tão desinibido. Egoísta, de tão dado aos outros. Humano, de tão presente na vida de muitos... ou poucos... Ou de ninguém... ou de dois seres, apenas...
Aliterações... Como o tropel de três tristes tigres, tergiversos, alternando-se, alastrando-se, ribombando, aos bandos, e o precipício, a que se atiram agora, nada lhes é que mais um início... Um outro início...
E vou partir, agora, à cata de mais palavras irmãs, ou inimigas — que sejam — , desde que bem-vindas ou catapultadas de bocas alheias...
Derrubá-las-ei com tiros certeiros, e ai delas se tentarem fugir de mim, pois minha vingança será cruel: aprisioná-las-ei nestas linhas.
E delas não terei compaixão, porquanto pretendo mostrá-las a todos, do jeito como estão agora: nuas, envergonhadas, totalmente expostas...
Ei-las...


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