Rufus: quase humano.
Uma querida “fã” e amiga blogueira — não parece palavrão esse termo? — sugeriu que eu participasse de um
concurso de poesia.
Pois bem.
Topei sim, até porque convivo com poesia desde que me peguei me chamando de “gente”.
Meus textos, desde então, rodam por aí, e preparo um livro, sim senhor e senhora, para quem já ia perguntar...
Medo de plágio? Claro que não... Além do devido registro, cada poema que escrevo é meu filho único, primogênito entre tantos outros primogênitos, e cada um deles leva minha assinatura pessoal, distinta, com suas histórias abundando pelas entrelinhas.
É praticamente impossível alguém querer tomar para si as mesmas sensações e dores e desavenças e alegrias e temores e desilusões que me motivaram a escrever uns tantos versos, e duvido que outrem possa saber explicar detalhadamente o conteúdo de tão obscuras e melancólicas linhas... rsss...
Sim, sim, tenho toneladas e mais toneladas de leves linhas... Alguns poemas consistem em míseros dois versos, outros preenchem umas 15 páginas (tanto faz...), só sei que “pari” cada coisa de dar medo, às vezes me assombro com tanto conteúdo “estranho”... rá rá...
“Isso” aí embaixo é uma pequena demonstração, por falar nisso, do que esse pessoal do concurso vai receber em breve...
Será que gostarão, ou estarei sendo um pouco... petulante demais????????
SONETO PETULANTE
Sou um conservador: conservo
livros, fotos, canetas, desilusões...
Satisfeitos? Ainda assim me enervo
ante olhares, vadios das emoções.
Pensam-me triste e otário,
parvo e belo; nem um, nem outro.
Sou muito mais que o contrário
de mim próprio, que meu desencontro.
Porque não me preocupo em fechar
os olhos sem antes ter vontade.
Tenho minhas dúvidas, terei um lar:
que mais tenho? Orgulho e bondade,
inveja e desprezo, olhos e boca.
E minha força é cada dia mais louca.