Rufus: quase humano.
Feliz Ano Novo.
Feliz nova vida nesse corpo que não sente os anos que passam...
Velhos abraços, velhos tapas nas costas, velhos sorrisos
marotos e até meio hipócritas — isso importa, porém?
Importa que sejas feliz num ano que promete,
como sempre,
ser o mesmo que o que já passará daqui a pouco...
(Isso importa, porém?)
Quero apenas te desejar um feliz Ano Novo,
ainda que velho de sonhos e planos,
mas fremente de vida e de novos rostos...
Pessoas, coisas, seres, planos, amigos, alegrias, desilusões, amores...
Tudo isso teremos — reluzindo de tão novo — no ano que começa?
(E isso importa?)
Feliz ano Novo.
Espero que não me venhas, agora, com lamúrias e desilusões,
as mesmas que te acompanham há décadas...
Sei que o ano é tão velho quanto novo,
e nada de novo pode haver no cruzar de esquinas
e no pisar de passos apressados — lá vem você,
de novo...
Mas um “feliz ano Novo” é isso, apenas:
uma frase simples, banal, patética, mecânica, contumaz, previsível
— mas tão cheia de cor, calor e sinceridade...
Para vocês (quer leiam ou não minhas toscas palavras),
desejo — novamente — um Feliz ano Novo,
e que fiquem para trás as más lembranças, as velhas decepções,
e que venha a nós o que tem de vir
— nem que isso, de novo, sejam planos e sonhos
que desde há muito desejemos,
e sempre adiamos...
Feliz Ano Novo.