Rufus: quase humano.
... ter ficado acordado até uma e meia da manhã de hoje, assistindo a um documentário sobre Mishima na TV Cultura (só tinha de ser nela, mesmo...).
Tenho a trilha sonora do filme homônimo de George Lucas, desde há muito. Puro Philip Glass. Puro minimalismo. O filme também tem seu quê de diferente.
O certo é que se pode perceber na natureza desse grande escritor e teatrólogo japonês (que cometeu o famoso arakiri) o ponto máximo da cultura ocidental: o egocentrismo.
Mishima leu quase tudo a respeito da cultura ocidental, e escreveu muito, imitando o estilo caucasiano. Mas era um nacionalista convicto. Pura Antropofagia de Mario de Andrade.
Egocêntrico, “meio” homossexual, cultuava o corpo por puro egocentrismo, fez fotos de cunho narcisista, acovardou-se no final da 2a Guerra, lamentou por não ter tido uma morte gloriosa como Kamikase, foi ultra-direitista, construiu um exército particular, inverossímil, que defendia o nacionalismo, e por causa de tudo isso junto (crise de enrustimento, egocentrismo, tendências suicidas, crise de identidade, crise de valores, sabe-se-lá-mais-o-quê), acabou cometendo o arakiri, cuja prática havia tanto defendido ao longo da vida.
O interessante é observar as declarações que ele constantemente dava em entrevistas, ou onde quer que estivesse, idolatrando lâminas, sabres e mortes gloriosas.
Não é o cúmulo do egocentrismo o fato de glorificar sua própria morte o tempo todo, e depois imolar-se, destruir o corpo que tão vaidosamente cultuava?
Sei não, enxergo tanto de exibicionismo ocidental nessas atitudes...
E ainda por cima, por falar nisso, estamos quase às voltas com uma nova velha mania: a celebridade instantânea.
(Já tiveram seus 15 minutos de fama da semana?
Não?
Pois saibam que muitos só pensam nisso agora...
Lá vem o padrão Globo de novelas e tendências... DE NOVO...
Eh, mundico!!...)