Rufus: quase humano.
Uma coruja pia no arrepio de um susto.
Um baque.
Um frio.
E uma coruja,
no arrepio de um pio,
se assusta.
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
Meu
id está fervendo; então vem o
superego e lhe dá uma cacetada: “Já pro quarto!!”.
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
Que ano, Meu Deus.
E o pior é saber que
o ano que vem será pior.
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
Viver é dobrar a próxima página...
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
Quem de vós estiver
vivo e quente,
fremindo do hausto
que vivifica,
apascentai minhas vistas
com a palidez
de um olhar...
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
Viste que há cicatriz
onde houve ferimento,
e há pouco perguntavas
se há riso onde há choro.
E haverá dia sem luz?
E luz sem sol?
E sol sem luz?
E haverá dia sem um “haveria”?
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
O médico me disse,
guardando o estetoscópio:
– cava tua sepultura.
Sete ou oito palmos,
a tua escolha.
Pegue este preparo,
agite-o bem, e tome-o com
três pás de
terra.
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
ALIVIO
meu próprio cérebro,
porque preciso descansar.
Linhas, sempre as mesmas
linhas...
Que ilusão poder acreditar
nas linhas,
e nada poder sem
elas.
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
AMOR. Com quatro letras.
é com isso que te reformaste.
AMOR, e razão...
Nunca caminharam tão
lado
a
lado,
nunca se beijaram,
nunca se abraçaram
tanto
o Amor
e a
Razão.
— x — x — x — x — x — x — x — x — x — x — x —
Sê leve
Sê estrangeiro
Sê asceta.
Sê breve
por inteiro:
Sê poeta.