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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Rufus: quase humano.
terça-feira, novembro 11, 2003
Atendendo a pedidos...
... posto novamente um poema singelo, que andou agradando a muitos...
Não tenho culpa se também tenho esse meu lado melancólico!...
(Por falar nisso, esse poema tem mil significados. Pode dizer tanta coisa junta, e, ao mesmo tempo, nada pode dizer... Portanto, cabe a vocês fazerem essa "viagem" pelo que está além das palavras...)

HAGERUP, O FEIO.


De manhã,
chovendo,
quis vir ao mundo,
e veio.
Nasceu como um ser humano,
mas não viveu como ele,
porque seu nome era
Hagerup, o feio.

Um dia,
há anos já nascido,
quis ter amigos
e não os teve – receio...
"Odeiam-me, entristeço-me..."
Cresceu como um ser humano,
mas não viveu como ele,
porque seu nome era
Hagerup, o feio.

E seu aspecto incorpóreo,
e su'alma pura...
Por quê? O que a imagem faz
que seu pensamento não capta?
– Não, Deus, não o odeio.
Teve olhares sobre as pessoas, entristecidos,
e estas horrorizadas à sua presença.
Tudo isso porque ela era
Hagerup, o feio.

E fugiu um dia porque teve medo,
e o medo tomou o medo dele mesmo:
– a fobusfobia, seu feio!!!
As palavras seguiam-no,
maltratavam-no, apedrejavam-no,
porque ele nasceu como um ser humano,
e não viveu como ele,
pois era Hagerup, o feio,
quem a história narrava...

"Por que o suicídio,
se o vaticínio celestial me flui,
e dever meu é transmiti-lo a todos?
Não. Não vou exterminar-me.
Posso dividir minha alma ao meio,
mas serei sempre e sempre
Hagerup, o feio.
Porque dessa vida que tenho vida,
nada me trouxe a beleza, que não me veio."

E ele é hoje o poeta da angústia,
a astúcia em versificar a vida que leva,
e mesmo assim ser feliz por isso.
– "Isso? Isso o quê? O que é ser vivo,
quando vivo é aquele ser que nunca entristece, creio?"
E ele não viveu como um ser humano,
mas morreu como um outro qualquer que se viu:
seu coração parou,
e sua vida se extinguiu.

Assim, de nunca mais se viu ou ouviu
Hagerup, o feio.
Hagerup, o bom.


(01/09/82)


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