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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

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Rufus: quase humano.
quarta-feira, outubro 01, 2003
Você sabem o que é um amor quase-possível?
É a típica situação por que somente eu, Rufus, um quase humano, poderia passar...
Tudo em minha vida acontece pela metade...
Eu quase poderia ter sido médico, se tivesse me esforçado mais. Mas não sou médico.
Depois, quase poderia ter sido um advogado, e quem sabe eu seria hoje um respeitado e bem remunerado juiz, com minha austera mansão e meu reluzente carro.
Mas não sou juiz.
Toco alguns instrumentos, já cantei em corais, já sonhei muito em reger uma orquestra ou tocar magistralmente um violino, porém mal consegui realizar meu primeiro concerto de violão.
Mas não sou músico.
Sonhos que quase desistem de mim...
Hoje sou funcionário público federal, assombro-me ao saber que, no concurso, derrotei mais de 200 candidatos por uma vaga sem quase nenhum esforço, porém desisti de dar aulas, e perdi meu vínculo com essa forma de doação tão nobre que é a educação.
Não sou (mais) professor.
Alimentação? Quase-vegetariano.
Religião? Inteiramente kardecista, por isso perseguido e criticado, direta ou indiretamente.
Vida? Quase humano.
Li tanto e estudei tanto sobre nossas origens, nossos destinos, nossos futuros e nossos passados, que nem sei a qual mundo pertenço, ou se é que existe mundo da maneira como pensamos existir.
Tive a consciência desperta, tal qual um Neo do Terceiro Mundo, ao perceber que tudo o que supomos existir não passa de uma mera ilusão grosseira, com seus dogmas, culturas e teorias ridículas e diligentemente cristalizados em nossas mentes.
Nossa verdadeira história existe e persiste em sombras difusas...
Por isso o saber me confere, diariamente, uma dor maior do que podem supor...
E o amor?
Só consigo me lembrar de Catulo, quando penso no amor: Odi et amo. Odeio e amo...
Quem amo não só está quase-longe, como nosso amor é quase-possível, ou quase impossível - o que vocês melhor desejarem.
Tá, tá certo: com alguns curtos e necessários ajustes, ele até poderia se concretizar.
E não tenho medo desses “ajustes”: apenas são tão terríveis e traumáticos que não sei se posso resistir a eles.
Leio em blogs diversos historinhas de tantas futilidades cotidianas, tantos sonhos juvenis, tantos planos otimistas e pueris, que penso que essas mesmas pessoas se assombrarão com minha história de vida. E rezo para que elas não sejam tão infelizes quanto eu sou...
Espero que nunca tenham de conviver com seu próprio inimigo, aquele que o suga, aquele que escraviza sua alma, aquele que vive do seu lado e sonda cada passo ou respiração que você dá, numa ânsia egoísta para engolfá-lo, canibalizá-lo, absorvê-lo, plena e completamente...
Por isso me sinto tão etéreo, irreal, como se já não vivesse nesse mundo: eu mal o toco, mal piso seu chão!.
Não sei se meu mundo existe, não sei se eu existo, não sei se vocês existem...
Sonhos que quase desistem de mim...
Por isso, minha bela, nosso amor quase-possível é uma dádiva incompleta, um desejo de liberdade fugindo de ser ceifado pela crueza do destino.
O destino é algo prático, pragmático, cruel. Ele não tem tempo para o amor...
Acho que é disso que preciso: de mais tempo para mim...
Descobri que não tenho tempo para mim, porque me doei para meus pequenos, de corpo e alma.
Por eles, e só por eles, tenho suportado tudo.
Mas... até quando?
Até quando serei um “quase humano”?
Quando voltarei a me sentir mais EU, quando terminarei a obra que nunca comecei, que é lapidar-me a mim mesmo?
E, finalmente, a questão final:
quando amarei de novo, por inteiro, e não mais pela metade?


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