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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Rufus: quase humano.
quarta-feira, outubro 22, 2003
"Vá tomar sol!"
Espero que não riam do que vou dizer, nem me interpretem mal. Mas o certo é que o Brasil deve ser o único país do mundo em que se discriminam... brancos!
Isso mesmo.
Eu já fui discriminado por ser branco, e mais de uma vez.
Nunca pensei que ser branco estilo banho-de-lua incomodasse tanto as pessoas. Poxa, não tenho culpa se minha pele é daquelas que “desmancham” se eu ficar mais de meia hora ao sol. Já chegaram quase ao ponto de me dizer: “Vá tomar sol!”, como seu EU, do alto de minha natural discrição e pretensa “limitação pigmentar”, estivesse incomodando as pessoas ao meu redor com a cor de minha pele....
Que mundo medíocre, Meu Deus!
E uma funcionária de uma escola em que dei aulas (isso foi há muitos anos...) deu-me uma bela de uma indireta uma vez (nem precisava: eu não a estava paquerando): “Eu só gosto de homens morenos”. Tá, entendi. E nem precisou ela entrar muito a fundo, pois eu já sabia qual era o tipo preferido dela, de antemão: moreno, mulherengo, falar arrastado, metido a malandro, vulgar, que goste de axé, sertanejo e pagode, e que dance muito bem, de maneira diametralmente oposta à sua inteligência.
Que ironia: só porque sou “caucasiano” não posso fazer ou gostar de tudo o que os outros fazem? Já toquei todos os instrumentos de uma escola de samba, já toquei em grupinhos de música, danço até que muito bem (pois fiquem todos sabendo...), adoro percussão e ritmos brasileiros, falo em público naturalmente, toco violão e canto desinibidamente, e tenho de ser diferente só porque não sou... moreno?
E depois falam que é maldade o fato de o próprio brasileiro já ter assumido seu estereótipo de malandro, sem-vergonha e boa-vida. Mas é, infelizmente, o que eu cada vez mais vejo por aí!!!
Que melhor exemplo disso do que o concurso para a nova loira do Tchan? O “talento”, hoje, graças à ingrata Mídia, é cada vez mais visto como sinônimo de glúteos e músculos. As pobres moças sonham alto: quase todas universitárias, ao invés de investirem na futura carreira, sonham com a fama e o dinheiro fácil, advindo de umas belas reboladas...
É mais ou menos o que ocorre com a prostituição: falta de perspectiva, falta de identidade, falta de estudos, crise cultural, desemprego, falta de uma revolução que mude essa maneira machista de ver a realidade.
Por isso tudo, acreditem: eu sou constantemente discriminado por ser branco!!!
E o pior é que eu nunca quis dar uma de esnobe a ponto de falar “Humpf! Vou morar lá na Europa, de preferência na Escandinávia”.
Aquilo ali tudo é muito chato! Prefiro o meu país com todas suas mazelas e misérias do que viver uma identidade que não é nem nunca será a minha.
Tá, vocês vão falar que há o outro lado da moeda – muito pior, por sinal -, como a cruel discriminação racial, a exclusão social... Ok, concordo, isso tudo é muito mais grave do que essas ficuinhas de que eu venho falando até agora...
Mas, mesmo assim, insisto que o brasileiro precisa rever a maneira como pensa a realidade e seus conceitos. Se ele começar a vestir constantemente essa já afamada identidade de “morenice axé boa-vida”, vai ser difícil apagar das gerações futuras esse estereótipo que tanto estrago anda fazendo na mente das pessoas.
E tenho dito.


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