HyperCounter
Bpath Counter

Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
This is my blogchalk:
Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

Sou mais ou menos assim:

Vi, li e aprovei:

Links:

Comments:
<$BlogCommentBody$>
<$BlogCommentDeleteIcon$>
<$BlogItemCreate$>
Archives

Ouço e aprecio:

Toco em meu violãozinho músicas de:

Meus filmes preferidos:



Powered by Blogger

Rufus: quase humano.
quarta-feira, outubro 22, 2003
Preparem-se que lá vem texto...
Se alguma coisa me incomoda ou encabula, pronto: lá vem confabulação.
Que tal falarmos de dois assuntos aparentemente sem nada em comum: futilidades e o movimento masculista?
CAZZO, QUE QU’É ISSO???
Calma: primeiro um, depois o outro.
Perdoem-me os americanófilos, mas eu acho os estadunidenses (epíteto novo...) um dos povos mais fúteis do mundo. É só observar a compulsão que eles têm por coisas, objetos, modismos, tendências e todo tipo de futilidades. Deve ser algum sintoma de sua cultura exclusivamente consumista, com certeza...
Olhem o que eu já vi nesse mundão à parte chamado States: um cara que ficou rico vendendo água colorida. Simples assim. Tingiu uns líquidos, pôs para vender e pronto: lá foi todo mundo comprar. Claro que o cara teve tempo suficiente para enriquecer, cair no mundo e logo todos esquecerem essa bobagem para logo em seguida descobrirem outra.
Depois, outro deu o golpe do baú da felicidade dizendo que pedras tinham alma, você podia “adotar” uma, criá-la com carinho, como se cuida de um bichinho... Obviamente, a tragicidade atingia também o reino mineral: se, de uma hora para outra, você “sentisse” que ela morreu [ah, conta outra...], era só secar suas lágrimas e enterrar sua defunta com cimento, num cemitério especial só para pedras que até parecia aqueles jardins que as crianças montam nas escolinhas...
Convenhamos...
Agora, o mais curioso: o movimento masculista.
Alguém já leu sobre isso?
Pois fiquem sabendo que isso só podia mesmo ser coisa de homens... e norte-americanos.
Masculismo nada mais é que uma resposta ressentida dos homens ao feminismo, aquele movimento que expandiu as fronteiras da mulher, afetou a identidade dos homens e (o principal) lhes roubou muitos postos de trabalho.
A filosofia do movimento masculista é simples: recuperar a auto-estima perdida, combater a depressão pós-feminismo, reaprender a ser homem.
Isso mesmo.
O que equivale dizer a se enfiar no meio do mato com outros homens, acampar, sentar em volta de fogueiras e contar causos, retomar atividades guerreiras esquecidas, como caçar, urrar, dar gritos na floresta, abraçar outros homens para sentir cheiro de homem, de suor de homem [não tô brincando não!], para, só assim, tentar reacender o espírito do macho, tão arrochado ultimamente...
Um bom exemplo de ideologia masculista está ilustrada no filme No Limite (The edge), com Antony Hopkins e Alec Baldwin.
Vamos dissecar o filme... (e vejam como sou bom nisso, modéstia à parte... he he...)
O personagem de Hopkins é um senhor já meio idoso, rico, inteligentíssimo, e, como acontece com todo homem nessas condições, atrai mulheres fúteis e interesseiras. Não por acaso, ele era casado com um belo par de pernas sem cérebro.
Seu grande problema é que sua imensa inteligência nunca era posta à prova, ou seja, ele vive quase tudo o que pregava apenas na teoria... (Vão vendo..)
Aí, claro, o amante de sua bela mulher (sim, ele não desconfiava de nada até então...) bolou uma viagem a uma região inóspita, numa tentativa de dar cabo da vida do poderoso e ficar com a fortuna e a mulher deste.
E o que acontece? Quem viu o filme sabe bem: o avião cai numa região selvagem, distante, mocinho e “bandido” sobrevivem mas têm de lançar mão de alguns artifícios e destrezas para sobreviver no meio do nada, sob um frio cruel.
Olha o masculismo começando a aparecer aí...
O herói, até então apático e indefeso, sentido que ia perder a vida (além da mulher...), é obrigado a confrontar seus medos e partir para o ataque. Tem de driblar o outro, que espreita uma chance de matá-lo, e deve sobreviver num local nada agradável, até que alguma ajuda surja.
O mais interessante começa aí: usando de suas pretensas habilidades intelectuais (meras “teorias”), ele começa a pegar gosto pela coisa, uma vez que consegue utilizar sua inteligência (muito mais do que força) para safar-se de situações de risco, além de conseguir caçar, pescar e alimentar-se. O outro, o bonitão, contando apenas com a força mas sem muita inteligência, resigna-se por ter de acompanhar aquele.
O momento crucial, a simbologia maior do filme, que representa a vitória do homem sobre seus medos, é a ocasião em que o protagonista, com suas próprias mãos, mata um urso — todo homem sonha em “matar um urso” e poder, assim, demonstrar sua força, sua virilidade, diante do mundo. O monstro abatido, aos seus pés, é uma recompensa, um troféu a ser exibido com orgulho para os outros, para a “tribo”. Assim, ele ganha finalmente o respeito que há tanto almejava.
Claro que o vilão morre, ainda que por acidente, e o protagonista ainda dá uma de homem nobre, honrado, pois diz que “perdeu um amigo”. Não se refere a ele como o potencial assassino que não logrou atingir seu intento.
E a mulher? Agora que o homem amadureceu, cresceu, descobriu-se, vai ter um destino cruel, no mínimo: o abandono, a indiferença...
Viram como é o masculismo? E o que isso tem a ver com o dito no início do texto que escrevo? Ora, ele é um bom exemplo de o que é pura futilidade. Coisa de americanos consumistas, claro, que, esvaziados pelo puro desejo de consumo e competição, sentem-se constantemente vazios, pois lhes falta o principal: uma identidade.
É preciso um espertalhão surgir com teorias ridículas, óbvias, para ganhar dinheiro em cima do mais óbvio ainda: a falta de dinamismo dos homens — principalmente dos norte-americanos, diga-se de passagem — só pode ser combatida com a re-descoberta de sua própria identidade.
Depois de uma dessas, só me resta a constatação: GENTE, COMO É BOM SER BRASILEIRO!!



Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com