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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Rufus: quase humano.
quinta-feira, outubro 23, 2003
O Quintana.
Um comment no blog da minha amiga virtual gaúcha (qual é seu nome, minha bela, por falar nisso?) me inspirou este aqui, sobre o Quintana.
Quem não leu os doces e frugais versos do Poeta na adolescência? Quem nunca viu por aí aforismos encantadores, do tipo “a mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer”?
Quintana me acompanhou por boa parte da vida, inspirando-me versos simples e certeiros sobre o cotidiano. O Poeta gaúcho sempre me foi um tipo de mestre da “visão poética do não-poético”, enxergando a beleza dos pequenos momentos, o risível onde não haveria mais do que uma pequena tragédia diária, as coisas complexas por detrás das simples — e vice-versa.
Como era o povo que mais o lia, e não os literatos empolados da Academia, ele teve uma vida quase anônima, longe dos holofotes. Pagou aluguel até o fim da vida, concorreu por duas vezes à Academia — e perdeu em ambas... Acabou por morrer pobre e quase esquecido.
Que ser sublime de espírito ousaria concorrer com figuras acessórias do mundo acadêmico, como Paulo Coelho (não me venham defender o cara, chamando-o de “grande” escritor...), José Sarney (quem??? Com apenas cinco livros de poesia ultra-aguadamente Parnasianas??), Roberto Marinho e Ivo Pitanguy, um cirurgião plástico? (sem comentários...)
A ABL atual deve estar fazendo o Machado de Assis se revirar no túmulo...
Pelo menos, em meio ao redemoinho de insanidades e holofotes, uma voz desponta e promete chacoalhar os alicerces da Academia: o gaúcho (tinha de ser...) Moacir Scliar, o mais novo imortal, já sugeriu um plebiscito popular, para que o povo escolha os novos membros da ABL.
Tudo bem, só que tem um problema: que voz o Povo vai ter, se nem a bula do remédio que tomam são capazes de ler e entender? Contradições drásticas...
Se todos lessem Quintana, com a mesma vitalidade com que assistem ao Ratinho, a vida passaria a ser vista com outros olhos, muito mais poéticos, envolventes e interessantes, e tudo passaria a ter um pouco mais de graça e fantasia....
Mas vou sonhando... como vocês que me lêem...


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