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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

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Rufus: quase humano.
quarta-feira, outubro 15, 2003
Meu dia.
Sabem aquela sensação de estar comemorando o seu segundo aniversário?
É a mesma que sinto hoje, no Dia dos Professores.
Mas, para não fugir à rotina, já vou dizendo que não tenho muito o que comemorar...
Nem dou aulas mais, apesar de já ensaiar um retorno para o o ano que vem.
O certo é que a atividade me rendeu mais pesares que glórias: tenho uma ligeira fibromialgia que me acompanha até hoje, atacando-me pulsos, braços e pernas. Resultado da longas horas em pé, falando alto, escrevendo muito na lousa, segurando papéis nas mãos, respirando muito pó de giz...
Solidarizo-me com tantas outras profissões "ingratas", como a da área de Saúde, pois somos injutiçados de várias maneiras: economica e socialmente, às vezes de maneira até física, e sem contar que o que um professor passa aqui neste país é coisa digna de Terceiro Mundo.
Realmente, o brasileiro merece toda sua carga de ignorância e atraso cultural que lhe é atribuída... Até um paraguaio passa mais do que o dobro do tempo de um brasileiro na sala de aula...
Apesar de eu nunca saber o que era um final de semana ou um feriado, quando dava aulas, sem contar o desgaste físico constante, tenho boas lembranças da época, principalmente de alunos que realmente gostavam de aprender. Muitos me agradeciam por eu ter dado "aquela luz" a eles, ao contrário de outros, sarcásticos, indiferentes, achando-se superiores ao próprio conhecimento que queríamos transmitir...
Claro que me refiro aos alunos mais abastados, que, praticamente, achavam que não precisavam estudar - e que, para variar, eram os piores tipos de aluno. Hoje, devem freqüentar apenas aquelas faculdades tipo padaria ("qualquer esquina tem uma..."), ao estilo "FMU" - Fui Mal na Usp... rs...
O certo é que eu falava tanto, tanto, que, ao chegar em casa, até evitava de trocar palavras com alguém... Já não tinha voz ou disposição para quase nada... Eu só queria e almejava o silêncio, o doce silêncio...
Ah, professores, nossas mais doces lembranças...
Fiz Letras na USP, e eu me lembro que saía da cada aula carregando uns dois litros de baba... Qualquer professor dali falava dois ou três idiomas, podiam discutir Psicanálise, cultura popular, literatura francesa ou filosofia alemã da maneira mais natural possível.
Quando comecei a fazer Direito numa certa faculdade de Bauru, ao contrário, foi a pior das decepções: professores horríveis, ignorantes, que mal falavam português e nem sequer sabiam escrever numa lousa, quanto menos dar aulas... abandonei o curso e nunca mais voltei.
Por isso os professores são tudo, gente. Esqueçam a tecnologia, os cumputadores, os modernos recursos audio-visuais. Isso de nada adianta: naquele tempo, só tínhamos lousa, carteiras e ele, o professor. E devo praticamente quase tudo a eles, do que aprendi e transmito hoje.
O pior de tudo é que penso em voltar a dar aulas, mas de maneira diferente. Professores da cursinho ganham bem, muito bem, obrigado - eu nunca ganhei bem porque só trabalhava em escolas pequenas... Acredito ser uma das profissiões mais cobiçadas hoje, mas o indivíduo tem de ser realmente muito bom...
Mas hoje é diferente. Amanhã também será...
Será que Rufus ensaia uma triunfal volta à ativa?
Saberemos em breve...


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