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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Rufus: quase humano.
quarta-feira, outubro 29, 2003
HISTÓRIA REAL II
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.


Alberto Caeiro, por F.P.

Corria o ano de 199...
Minha tia residia com minha (hoje finada) avó numa casa simples em Araraquara, SP.
Entretida a regar suas plantinhas, minha avó foi surpreendida pela aproximação de uma idosa de aparência muito humilde, que lhe solicitava um copo d’água.
Saciada sua sede, a velha fez menção de ir embora, não sem antes dizer, de maneira contundente e direta: “Vai haver morte nessa casa”.
Minha avó, mal refeita do arrepio que percorreu sua espinha, entrou em casa e achou melhor nada comentar com a nora sobre o ocorrido.
Dias depois, eis que minha tia cai gravemente doente: seus dois rins pararam de funcionar repentinamente. De natureza já frágil, devido a problemas variados de saúde e uma compulsão incrível por cigarros, ela parecia, lenta e irreversivelmente, a perder a batalha pela vida. O estado de coma parecia o prenúncio de que sua viagem não teria mais volta...
A família, em desespero, já antevia o desfecho, quando, inexplicavelmente, para espanto de toda a equipe médica e dos próprios familiares, minha tia saiu do estado comatoso de maneira surpreendente, como se nunca tivesse estado doente.
Comoção.
Espanto.
“Um milagre?”, todos se perguntavam.
Não se soube. Nem nunca se saberá. Mas o relato posterior de minha tia atraiu alguma luz:
“Eu estava confusa, num lugar estranho, de algum modo eu sabia que não ia voltar. Porém, o tempo todo eu pensei em minha única filha: o que seria da pobrezinha? Como cresceria sem a sua mãe? Quem poderia cuidar dela, a não ser eu? Depois, de nada me lembro. Só sei que aqui estou, acordada”.
Os próximos dias e semanas foram períodos de muitas dúvidas não esclarecidas, mas o certo é que minha tia parecia se recuperar bem, tanto que já se dirigia sozinha à farmácia para comprar seus próprios remédios.
Numa dessas visitas, enquanto ela escolhia seus remédios, a mesma senhora de aparência humilde, que havia prenunciado sua morte, aproximou-se dela e lhe disse:
“Dessa vez você teve sorte, e ganhou mais uma chance, pois seu pedido foi atendido”.
Atônita, minha tia compreendeu tudo, e abismou-se com o fato de uma estranha saber do que se tinha passado com ela no hospital.
Mal refeita do susto, deu por falta da senhora, que há instantes ali estava.
Percebendo o ar de estupefação dos atendentes da farmácia, dirigiu-se e um deles e perguntou-lhe:
“Vo-vocês viram uma velha que estava aqui agora, falando comigo? Para onde ela foi?”
“Desculpe-me, senhora, mas nós achamos que a senhora fosse alguma doida ou maluca, pois estava falando sozinha...”


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