Rufus: quase humano.
Se eu pudesse, ou conseguisse, dizer-te tudo que penso, como tu desejas...
“Por que não desisto, se penso não te querer mais?”
Dizer de coisas que vão e não voltam, outras que voltam sem mesmo terem ido...
Sinto a cada dia, a cada segundo, a cada momento o óbvio: sinto que te perco, antes mesmo de ganhar-te...
Como se ganha alguém, como se cativa aquela que me ama?
Todo Poeta sofre e se alimenta de sua dor, mas a amada não pode conviver com isso.
Ela não pode sofrer pelas dores do Poeta, mesmo que suas dores sejam as mais dignas.
Sinto tanto por ti, e por mim, e por nós dois...
No amor, acabo sendo o verdadeiro amador: o que “ama”, só que pela “dor”...
Não quero isso para ti.
Sorrisos combinam com teu rosto, não uma expressão tristonha e melancólica, que se perde no horizonte dos tempos...
És amada?
Sim, muito... Para sempre amada, onde e quando estiveres...
Tu sabes disso. Tu, apenas, sentes isso...
Lábios que nunca toquei, abraços que nunca darei, talvez, aquelas palavras doces combinando com o pulsar de teu coração pueril, alegre...
Tenho vida, sim, ainda latejam em mim profusões de desejos incontidos.
Sei admirar tua beleza, e toda tua terna tepidez...
Mas sigo só. Sempre. Onde estiver, sempre sigo só, suportando as mazelas desse meu destino ingrato e implacável...
Posso lutar contra ele? Posso vencê-lo por completo?
Sei que posso.
E vou vencê-lo.
Logo.
(Um doce beijo em teu sorriso...)