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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

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Rufus: quase humano.
segunda-feira, setembro 29, 2003
Eu queria muito, mas muito mesmo...
Beijar beijar beijar a Any na boca, ouvir Seal cantando Fast changes até a exaustão, comprar uns 6 novos modelos de violão, publicar meu livro, voltar a dar aulas, dar um show de MPB inesquecível, compor com o Lô Borges e o Beto Guedes, correr no calçadão de Ipanema com o João Bosco (e depois tomarmos uma choppinho...), provar cientificamente que a reencarnação existe, voar sem precisar de asas, dormir apenas 4 horas por noite...
Como não posso (ainda) fazer tudo isso, contento-me em postar um poeminha representativo de minha atual fase “saudosista”.
Será que nunca cresci, gente?



Uma vez,
corri sob o sol,
fincando ruas,
rindo solto e
respirando ventos.

Uma outra vez
empinei pipas,
tomei chuvas
e surras,
e jamais tive
outros brinquedos.

Uma vez também
fugia de casa,
e retornava a ela
no mesmo dia,
acabrunhado como um órfão.

Uma vez eu
trazia da rua
um totó, e
no mesmo dia
ele era reposto fora
por meu pai.

Uma vez quis
ser poeta apesar
de menino,
e pisava folhas
secas e riachos,
à procura de
poesia.

Uma vez cismei
de olhar-me
ao espelho,
ainda rindo solto
e respirando ventos:
ali estava a poesia.

Mas tudo isso são “uma vez”,
vividas e perdidas num tempo
qualquer...


(29.12.87)


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