Rufus: quase humano.
Vou explicar a diferença.
Uma vez, num comentário de um blog, disse mais ou menos isso:
Um dia vou contrariar a medicina, e provar que posso ficar 24 horas grudado em seu coração.
Eu fui esotérico nessa frase.
Resposta aproximada de uma leitora: "Credo! Que cara peguento! Imagine viver com alguém assim..."
Ela foi exotérica nessa frase.
Dizer muito mais além do que está meramente dito, "penetrar surdamente no reino das palavras", trabalhar com a simbologia da aparência, mostrando que muito mais há "na cesta do pão", jamais se atendo à casca aparente das coisas, isso é ser esotérico.
Eu jamais disse, literalmente, que viveria
fisicamente na alma, no corpo de uma pessoa. Eu sutilmente afirmei que o importante é viver no
coração de alguém, órgão que, desde eras medievas, representa o núcleo de nossas emoções.
Viver no coração, na mente de alguém, o tempo todo sendo por ela lembrada é algo muito reconfortante...
Eu fui esotérico naquela minha declaração.
A pobre leitora, como tantos outros infelizes nesse mundo, que sempre se atêm à casca grosssa das imperfeições dos atos e linguagens, achou que eu estava literalmente defendendo o "peguentismo", aquela prática infeliz dos inseguros e ciumentos, que confundem amor com paixão, que desenvolvem um apego e insegurança que se misturam bem a acessos doentios de possessividade.
Ela foi exotérica na sua declaração.
Gente, leiam-me com atenção.
Eu sempre procuro ser eu mesmo, por trás de palavras e frases, e dou a oportunidade para que todos me conheçam.
Assim gosto de
ler os outros, e também de ser lido.
Sou como o cavaleiro da Triste Figura, procurando ler o mundo como um livro aberto...
Por favor, não se fechem para mim, não se fechem para si e os outros...