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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Rufus: quase humano.
quinta-feira, julho 17, 2003
Mais uma história real...
Corria o ano de 197..., numa pequena cidade do interior paulista. Eu devia ter uns 6 ou 7 anos.
Meu avô, sempre solícito, deu-me um cruzeiro para que eu comprasse algumas guloseimas. Não sei por que cargas d'água, saí sozinho para comprá-las, pois o barzinho ficava muito próximo de casa.
Cheguei ao boteco, daqueles bem típicos do interior: homens jogando baralho nas mesas, bebericando, o dono do bar com a mão apoiada no queixo, pensando na sua vida sem graça, cachorros modorrentos deitados na calçada... E eu ali, com um dedo na boca admirando as balas e doces por trás da vidraça, decidindo qual guloseima deveria levar.
Com elas já na boca fui saindo do bar, não sem antes presenciar uma das cenas mais pavorosas de minha vida – e que quase fez-me custar a minha própria...
Tiros. Muitos tiros, vindos do outro lado da rua. Eu sem nada entender, só ouvia uns zunidos bem fortes, passando rentes a minha orelha: zuimm... zuim...
Eu estava simplesmnete na linha de tiro! Escutei barulho de vidros quebrando: o balcão frente ao qual eu me encontrava há pouco foi atingido em cheio. Mais alguns segundos lá e eu não estaria aqui contando essa história...
Não teve como não ver a cena, pois eu estava há poucos metros dali: um homem grande, gordo, que jogava baralho naquela referida mesa, caiu espalhafatosamente de costas, ferido mortalmente. As balas finalmente haviam encontrado seu alvo...
Correria, confusão, todo mundo passando sebo nas canelas, e eu ali, um pobre e indefeso garotinho chorando na multidão, quase mais uma vítima daqueles nervosos tiros que acabaram de matar um homem.
Só me lembro que um corajoso homem surgiu do nada, agarrou-me e saiu a berrar pelas ruas: "de quem é essa criança? De quem é essa criança?"
O mais curioso é que meus pais passavam ali por acaso, e quase morreram de susto ao me descobrir naquela confusão, ainda mais sabendo que eu quase fui atingido num tiroteio.
O resto da história? Bem, o homem morto era um desafeto do baixinho que acabara de matá-lo, o qual por anos, décadas, ouvira humilhações diárias daquele. A chateação foi aumentando com as humilhações, a paciência foi acabando, e um belo dia o homenzinho resolveu terminar a bala com aquela história toda. Dizem que ele conseguiu até redução da pena, ao provar que fora vítima de constantes humilhações.
Que mundinho estressado esse, não, gente? Felizmente sobrevivi a mais essa, e aqui estou, escrevendo-a para vocês.
Até a próxima.


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