Rufus: quase humano.
Tem coisa mais ridícula que "férias" de apenas duas semanas?
Férias num período assim é como um filme ruim: quando começa finalmente a ficar bom, acaba de repente...
Prometo que, quando voltar, não vou publicar coisas do tipo: "minhas férias na fazenda".
Argh! Já fui professor de redação, mas garanto a vocês que nunca massacrei meus alunos com temas desse tipo... rs...
Para quem já vem me lendo por esse dias, reparou que ando numa fase saudositsa, de relembrar a adolescência - aquele período no qual, quando se tem 16 anos, sonha-se em ter 30. Mal sabem os adolescentes que, quem já passou dos 30 realmente, sempre sonha em voltar aos 16... rs...
É que, no meu caso, me espanto lendo meus poemas dessa tenra idade: tão melancólico, sentindo-se tão só, tão desamparado... Claro que isso pode ter sido coisa de momento, de meu eu-poético, mas o certo é que a
dor sempre nos inspira os melhores poemas, não é mesmo?
Vejam, portanto, que soneto primoroso escrevi, há muito tempo...
DIZ O QUE PENSO
Diz o que penso, se amores tens;
Se amas alguém, diz o que penso.
Estarei pensando em ti, estarei tenso,
Quando penso que, amando-me, tu vens?
Teu olhar embevecido se suicida em meus olhos,
E teu desejo de descobrir o que penso,
Quando acalento, e no meu amor extenso,
É tão imenso quanto minh'alma de giolhos.
Intenso é teu clamor, tua vida,
Teu amor quando se declama ao alabaude;
E no meio de versões de dor, sangue, ferida,
É ele que de tudo isso esquece e inicia o alarde.
Por isso, prezo e digo o sentido de teu silêncio,
No momento em que, a olhar-me, tu redizes o que penso.
Quanta musicalidade, quanto jogo de imagens, quanto ritmo...
Será que ainda retomo essa veia poética, um dia?
Se eu não vir vocês de novo, até daqui a uns 15 dias...
Que os dias continuem longos, as noites claras, e o pensamento desperto como um lince a caçar na escuridão...
"O moinho abraça o vento,
na esperança de poder agarrá-lo.
Mas o vento é mais esperto,
e saracoteia por sua garras.
E o moinho,
tonto,
começa a girar..."