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Reflexões vazias (ou cheias...) que até podem levar a algum lugar. No fundo, apenas quero saber bem mais que meus 40 e poucos anos.

Rufus/Male/. Lives in Brazil/Goiânia/, speaks Portuguese and French. Spends 20% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection. And likes Music/More Music.
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Brazil, Goiânia, Portuguese, Spanish, French, Rufus, Male, Music, More Music.

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Rufus: quase humano.
segunda-feira, junho 23, 2003
Fome.
Minha nova amiga virtual, M.o.r.p.h.i.n.e., expressou sua indignação com relação a um triste episódio envolvendo a fome, do qual ela participou como protagonista e, ao mesmo tempo, testemunha da indiferença e do tosco "caráter" humano.
Antes de tudo, cara amiga, saiba que ainda é mais fácil mover montanhas de lugar do que modificar a conduta humana, formada, infelizmente, por um misto de arrogância, ignorância, egoísmo e muita, muita indiferença pelo semelhante. Claro que deve haver mil explicações para isso - séculos de mentalidade materialista, tendência sempre constante da sociedade de valorizar o "ter" em detrimento do "ser" - , mas o principal problema ainda reside na conduta de cada um...
Veja, por coincidência, M.or.p.p.h.i.n.e, o que me aconteceu sábado: fui ao Parque da Cidade com meus pequenos e almocei por lá mesmo, num restaurante. Notei que uma senhora muito humilde, suja e toscamente vestida, acompanhada de uma criança de colo, aproximou-se de nossa mesa e permaneceu em silêncio. O pequeno nitidamente chorava e tentava chegar até nossos pratos de comida, esticando as mãozinhas...
Esta cena dói!
Como estávamos de saída (e sempre sobra comida no prato do brasileiro, você sabe...), ofereci a mesa a ela. Não sei se a mulher fingiu não ouvir, ou se a humilhação a que está sujeita diariamente não o permitiu, só sei que ela permaneceu em silêncio. Somente depois que saímos da mesa ela sentou-se e pôs-se a devorar o que sobrou em nossos pratos. O pequeno, então, parou de chorar imediatamente e se concetrou no "banquete" estendido à sua frente...
Em nenhum momento ela pediu comida! Seus olhos já diziam tudo. Ela sequer teve forças ou dignidade para pedir algo.
Assim é a fome... Retira quase tudo do indivíduo, principalmente sua dignidade...
Sabe, M.o.r.p.h.i.n.e, o fato de eu não ser de Brasília me autoriza a dizer o que vou te dizer agora: nunca vi tanta arrogância e indiferença quanto as dos cidadãos daqui.
(Claro, o "bom" exemplo de conduta humana tinha mesmo de partir da capital do País...)
Vejo e sinto na pele, dia após dia, o "amadorismo" como as pessoas tratam as outras aqui: observo desde o básico, como a falta de respeito, de educação, mesmo, até a inexistência do famoso jargão "colocar-se-no-lugar-de-outro"...
Tratam-nos assim por aqui, pessoas "normais". Imagine então de que maneira tratam os "outros", os excluídos, os sem-nada...
Não vou esperar nada, coisas do tipo "um dia as pessoas vão mudar", pois não sou hipócrita: sei que as pessoas não mudam assim.
Desculpe-me a amargura em plena manhã de segunda-feira... rs... Há outro dia para estarmos mais amargos?... rs...
Apesar de tudo, temos de fazer nossa parte, sem modismos ou hipocrisias, já que, quando fazemos o que achamos que é certo, dificilmente podem nos criticar ou contradizer...
Por isso, por ora, quero que se lembre sempre desta frase: "A Verdade brilha como um sol. No entanto, muitos, infelizmente, contentam-se apenas com o brilho de uma lamparina...".
Um doce beijo no seu machucado coração.


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