Rufus: quase humano.
Uma das técnicas de cantada do "homem" brasiliense: parar seu Fiat Uno branco ao lado de um grupinho de garotas que anda pela calçada, buzinar, e ficar com aquela cara de sonso esperando alguma reação das mesmas...
Uma das técnicas das garotas quando são abordadadas por panacas na rua: ignorar e seguir adiante.
Já perdi a conta de quantas vezes presenciei cenas como esta. Orgulho-me, aliás, como homem que sou, de nunca ter precisado apelar para tais recursos utilizados por 95% dos homens deste país de ignorantes e bossais. Minha cantada sempre foi e será sutil, clássica, à base de identificações e codificações pelo olhar. Sinal verde, aí então parto para aquele papo agradável e descontraído que tanto faz bem à saúde e à alma - minha e das mulheres com quem converso...
Por que muitos são incapazes de exercitar o cavalheirismo, e educação, a sutileza, tão essenciais no momento em que se pensa em conquistar alguém?
No caminho contrário ao dos "homens", lembro-me daquelas fãs desequilibradas mentalmente, que fazem de tudo para chamar a atenção do ídolo, coisas do tipo escrever a frase "eu te amo" milhares de vezes em outros milhares de metros de papel, divertidos rolos gigantes de papel higiênico que de nada servem a não ser testar a paciência de quem os recebe. Trabalho braçal puro - qualquer um faz isso.
Se, no entanto, esta mesma fã escrevesse um pequeno texto, no qual expressasse com sensiblidade e em bom vocabulário tudo o que sente por seu amado, aí sim a qualidade se mostraria muito mais eficaz que a quantidade. Um texto como o seu teria muito mais valor do que toneladas inúteis de papel.
Será capaz o ser humano, um dia, de entender o ser humano?