Rufus: quase humano.
12 de junho.
Talvez o dia do ano em que os solteiros mais ficam deprimidos, em especial as mulheres. Pesquisas mesmo sustentam o fato de que elas têm maior propensão à depressão que os homens.
Aristófanes. O “mito” de que temos metades iguais perambulando por aí. Talvez até em outro país ou planeta. Precisam se encontrar desesperadamente, ou o mundo ou a própria vida não terá mais sentido. Almas gêmeas. Essa superstição medieval tem feito seu estrago ao longo dos séculos.
Na verdade, jamais devemos pensar no outro como nossa metade ausente. O que nos falta? Será que precisamos mesmo do outro para ser felizes nas coisas mais simples e básicas da vida? Nunca deveríamos confundir amor ”físico” (que é o que todos procuram, afinal, num sentido amplo) com felicidade. Felicidade é um conjunto de atos e posturas que condizem com nossa qualidade de vida, que escolhemos e executamos fielmente todos os dias. Isso não quer dizer que felicidade é algo maquinal, automático, planejado materialmente. Muitos sofrem mas são felizes, aí está o ponto chave, pois sofrimento e felicidade são faces de um mesma moeda. Quem pensa no futuro amado como a “metade que lhe falta” está fadado à infelicidade eterna. Não seria melhor pensar no outro como o suplemento, aquilo que nos vem a mais, em acréscimo, do que o complemento, o que nos falta? Muitos vivem sós, e felizes. Porque perceberam o sentido de suas vidas. Claro que é muito melhor estar acompanhado do que só, mas, se assim for, que ambos se suplementem, e não apenas se completem.
Assim o é.