Rufus: quase humano.
Tenho um baú cheio de respostas não perguntadas.
Um outro baú eu tenho, repleto de perguntas não respondidas.
Posso abri-los, revirá-los, jogar seu conteúdo para cima e observar se as perguntas e as respostas se casam magicamente, de maneira indissolúvel?
Posso. No entanto, não devo.
A mágica da vida reside justamente na presença constante da dúvida. Quanto a isso, dúvida alguma tenho eu...
Creio também que tenho ouvido por demais os sons mágicos que emanam das doces cordas vocais de Bjork e Elisabeth Fraser, por isso tenho levado dentro de mim dias modorrentos e melancólicos — nem por isso ausentes de beleza interior, fique bem dito...
E a saudade, onde fica nisso tudo?
Já sou um ente saudoso por natureza — sinto saudades até de minha sombra que acabou de passar por baixo desse arvoredo —, que dizer então da ausência que esse espaço aqui me causa, me anda causando, e mais causará ainda?
Que dizer da ausência de vossos olhares curiosos e afoitos, diária e sempremente perscrutando essa página, à cata de notícias e palavras contidas e sem graça?
Antes de tudo, saibam que, estranhamente, não ando sentido suficiente falta do universo virtual, porque a vida, por si só, já me farta com sua sem-gracês irritante...
Mas confesso que me anda pesando a ausência desse elo mágico que me une a vocês, que nos une a todos, e que a todos nos une, enfim.
Com certeza, a muitos de vós jamais verei um sequer acenar de olhos ou sorrisos, a muitos ainda talvez troque dois ou três pares de palavras por toda essa curta vida, mas, mesmo que assim o seja, dificilmente vou me esquecer de cada um de vocês...
E a cada capítulo dessa nossa experiência gratificante, a cada nascer e se pôr do mesmo sol indiferente a nossas existências, espero estar sempre por aqui.
Porque, nesse espaço exíguo e anônimo, é onde espero poder me encontrar com vocês, até quando me for permitido...